China aproxima-se da revolução de energia limpa

Beijing, 29 ago (Xinhua) -- A China investirá US$ 3 trilhões em geração elétrica nos próximos 25 anos, segundo um relatório divulgado recentemente pela Bloomberg New Energy Finance e citada pelo China Daily na segunda-feira.

Em torno de 75% do investimento planejado será destinado ao setor da energia renovável, de acordo com o jornal.

O investimento no setor eólico atingirá US$ 1 trilhão, enquanto o nos setores de energia solar e nuclear chegará a US$ 700 bilhões para cada.

Entre 2030 e 2040, a construção de geradoras eólicas e solares será mais barata que a de centrais de carvão, incluindo a operação das termoelétricas já existentes, acrescentou a Bloomberg.

Isso quer dizer que 145 dos 360 gigawatts de capacidade coletiva gerada por carvão que a China planeja retirar sairão de operação por sua desvantagem em termos de custos em relação às usinas eólicas e solares.

"As emissões globais de carbono se mantém estáveis por três anos consecutivos. A principal razão é que a China fez nos últimos anos. A China tornou-se um país que produz e consome a maior quantidade de energia renovável, e suas emissões de carbono caíram em 2015 e 2016", afirmou Spencer Dale, economista chefe do Grupo BP.

A reportagem do China Daily também mostra que em 2026 mais da metade da capacidade instalada do país asiático provirá da energia com zero emissão de carbono, incluindo a energia nuclear, eólica, solar e de biomassa, além de grandes projetos hidrelétricos, e a taxa subirá a 63% em 2040, dobrará o nível atual do país, segundo o jornal.

Em 2015, a Administração Nacional de Energia lançou o projeto "Front Runner", para estimular a pesquisa e o desenvolvimento de produtos fotovoltaicos com alta eficiência energética, através da construção de bases piloto e o lançamento de projetos innovativos.

A JA Solar, uma das maiores fabricantes de produtos de energia solar do mundo, forneceu o maior número de módulos para o projeto. Na primeira fase, entregou 422 megawatts ao projeto, o que equivale a quase 50% do volume total dessa fase.

"O governo chinês apoia o desenvolvimento da energia limpa e o potencial do mercado é enorme. Por isso, estamos aproveitando a oportunidade para continuar nossa pesquisa e desenvolvimento nos produtos de energia solar de alto rendimento", afirmou Xie Jian, presidente da JA Solar.

"No primeiro trimestre deste ano iniciamos a produção massiva de módulos Bifacial PERC (células traseiras de emissor passivo), com uma estrutura de vidro duplo. As unidades deste tipo produzem 16% mais energia que as PERC convencionais e oferecem novas soluções para atingir a paridade da rede fotovoltaica, em que os custos da energia fotovoltaica são semelhantes aos dos combustíveis fósseis", explicou.

De acordo com Xie, nos primeiros meses do ano, a JA Solar assinou um acordo estratégico com a Universidade de Beijing para estabelecer a primeira "Escola do Verão" concentrada nesta tecnologia, com o objetivo de formar "talentos fotovoltaicos", jovens tanto com ideias criativas como com capacidades inovadoras.

"A capacidade instalada de energia fotovoltaica da China fica no primeiro lugar em nível mundial. A energia fotovoltaica, especialmente a distribuída, goza de políticas favoráveis por parte do governo", disse Han Xiaoping, chefe executivo de informação da consultora especializada China Energy Net Consulting Co. com sede em Beijing.

Han assinalou que muitas famílias rurais instalam sistemas de energia fotovoltaica em seus tetos e ganham dinheiro com a eletricidade que geram, entre 3 mil e 5 mil yuans (US$ 450 e US$ 750) por ano. Portanto, a energia fotovoltaica não só protege o planeta mas também é uma arma contra a pobreza, realizou.

"Temos 11 instalações de produção no mundo. A mais nova, lançada em junho na cidade de Baotou da Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, aumentará a capacidade das pastilhas de silício. No fim deste ano, nossa tecnologia do PERC elevará a eficiência das células solares do 20,5% aos 21,2%", acrescentou Xie ao jornal.