Comentário: Relações China-Alemanha servem de modelo a parceria sino-europeia
Beijing, 7 jul (Xinhua) -- A visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping à Alemanha se concentra no aprofundamento das relações estratégicas bilaterais e na promoção da parceria sino-europeia caracterizada pela paz, crescimento, reforma e civilização.
Trata-se da segunda visita de Estado de Xi a este país europeu como chefe de Estado, o que transmite uma forte mensagem ao mundo de que ambos os países se comprometem a reforçar a confiança política e facilitar o comércio livre e a globalização econômica.
Os líderes chineses e alemães discutiram a expansão da cooperação, particularmente dentro do G20, destacando esforços para construir um maior consenso entre ambos os lados.
"A China e a Alemanha, ambas as firmes defensoras da economia aberta e globalização econômica, compartilham muitos interesses para enfrentar conjuntamente os desafios globais", explicou Ruan Zongze, vice-presidente executivo do Instituto de Estudos Internacionais da China.
Embora a antiglobalização esteja em alta e a integração europeia tenha experimentado um retrocesso, a China e a Alemanha compartilham uma posição comum em muitos assuntos importantes, entre eles, a globalização econômica e o multilateralismo, a oposição ao protecionismo e seu compromisso com o Acordo de Paris sobre mudança climática.
Beijing e Berlim criaram mais de 70 mecanismos de cooperação bilateral para favorecer a construção da confiança política mútua. Ambas as partes também estão promovendo a cooperação para alinhar o plano "Fabricado na China 2025" com o conceito "Indústria 4,0" da Alemanha.
As relações bilaterais se fortaleceram graças a numerosas visitas de alto nível. A chanceler alemã, Angela Merkel, visitou a China dez vezes durante seu mandato. Durante a visita de Xi ao país europeu em 2014, os dois líderes concordaram com uma parceria estratégica abrangente e fixaram a direção para o desenvolvimento das relações bilaterais em uma nova época.
Além das relações políticas estáveis, a China e a Alemanha compartilham fortes laços comerciais e econômicos. Em 2016, a China se tornou pela primeira vez a maior parceira comercial da Alemanha, com um volume comercial chegando a US$ 151,29 bilhões.
A reestruturação econômica e o próspero mercado da China continuam gerando oportunidades para as empresas alemãs, enquanto as avançadas instalações e experiências de administração da Alemanha ajudam a atualização industrial do país asiático.
Segundo o Ministério do Comércio da China, o país asiático investiu mais de US$ 2,9 bilhões na Alemanha em 2016, um aumento anual de 258,6%. Durante o mesmo ano, a parte alemã investiu mais de US$ 2,7 bilhões em 392 novos projetos na China.
Quanto aos intercâmbios entre pessoas, no ano passado se registraram mais de 1,6 milhão de visitas entre os dois países. Os intercâmbios culturais, especialmente os festivais de cinema, popularizaram-se em ambos os países.
No início de junho, duas semanas depois de um festival de cinema alemão em Beijing, um festival de cinema chinês abriu suas portas na cidade de Munique, com a projeção de 16 filmes e a exibição de uma série de pinturas e obras artísticas tradicionais chinesas.
Em novembro de 2016, a China e a Alemanha assinaram seu primeiro acordo de cooperação em futebol, que se concentra na formação de treinadores e jovens jogadores.
A China e a Alemanha estão explorando agora as possibilidades de cooperação com um terceiro país. Por exemplo, o gigante chinês de ferrovias CRRC e a alemã Siemens estão realizando cooperação para produzir locomotivas e vagões de metrô com o objetivo de exportar os produtos para os Estados Unidos e o Brasil.
Os laços entre ambos os países superaram as mudanças globais graças aos esforços conjuntos para tratar as diferenças através de diálogos baseados na igualdade e consultas amistosas, e criar um apoio mútuo aos interesses e preocupações essenciais.
Fazendo isto, a China e a Alemanha, junto com toda a Europa, podem avançar para o multilateralismo e criar um mundo multipolar.
"As relações estáveis e maduras entre a China e a Alemanha desempenharão um papel líder e exemplar nas relações entre a China e a União Europeia em um momento em que a Europa enfrenta uma situação complexa com incertezas no mundo", concluiu Ruan.
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