Entrevista: Visita do presidente chinês impulsionará cooperação bilateral, diz ministro russo

2017-07-03 10:58:10丨portuguese.xinhuanet.com

Moscou, 3 jul (Xinhua) -- O ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maxim Oreshkin, acredita que a iminente visita do presidente chinês, Xi Jinping, dará um ímpeto adicional à cooperação bilateral em diversas áreas.

O presidente chinês realizará uma visita de Estado de dois dias à Rússia a partir desta segunda-feira, durante a qual ele e seu colega russo, Vladimir Putin, discutirão as direções e objetivos do desenvolvimento das relações bilaterais, aprofundarão a mútua confiança política e promoverão a cooperação.

"A China não é somente nossa vizinha próxima, mas também nossa principal parceira comercial e econômica", disse Oreshkin à Xinhua em uma entrevista recente, acrescentando que a cooperação entre os dois países cobre quase todas as áreas, como energia, indústria, infraestrutura, agricultura e ciência e tecnologia.

Em 2016, a China e a Rússia conseguiram parar a desaceleração no comércio bilateral, obtendo um crescimento anual de 2,2% para US$ 69,5 bilhões, de acordo com o Ministério do Comércio da China. Os dois países planejam aumentar o volume comercial para US$ 200 bilhões em 2020.

Segundo Oreshkin, o Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia e o Ministério do Comércio da China começaram a identificação das barreiras para comércio bilateral, investimento e outras atividades econômicas.

A seu julgamento, o aumento do comércio bilateral depende da implementação de grandes projetos conjuntos.

"Há boas condições para a cooperação na construção de corredores de transporte --ferrovias, estradas e porto -- através do território russo, conectando os mercados da China e da Europa", assinalou.

A China e a Rússia estão, de maneira conjunta, desenvolvendo a região ártica e trabalhando na criação de um avião de grande porte para voos de longa distância.

Durante a visita de Xi, os dois países assinarão uma declaração conjunta e aprovarão os programas para a implementação 2017-2020 do Tratado de Boa Vizinhança, Amizade e Cooperação entre a China e a Rússia.

Os dois também selarão uma série de documentos sobre a cooperação em áreas como comércio, economia, investimento, conectividade, meios de comunicação e educação.

"A cooperação com as empresas chinesas significa o estabelecimento de novas companhias, criação de empregos e investimento em infraestrutura", destacou o ministro russo.

Segundo ele, para atrair investidores chineses a Rússia empreendeu projetos de infraestrutura no Extremo Oriente do país, próximo à região nordeste da China.

Os dois países concordaram em alinhar a Iniciativa do Cinturão e Rota com a União Econômica Euroasiática (UEE), dirigida pela Rússia.

A iniciativa ganhou enorme tração desde que foi proposta pela China em 2013, composta do Cinturão Econômico da Rota da Seda e da Rota da Seda Marítima do Século 21 e com o objetivo de estabelecer uma rede de comércio e infraestrutura conectando a Ásia com a Europa e a África ao longo, e mais longe, das antigas rotas comerciais.

A UEE agrupa Rússia, Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão, com o objetivo de incentivar a integração econômica regional através do livre movimento de bens, serviços e pessoas dentro da união.

A integração dos dois planos de desenvolvimento criará novas oportunidades para transformar a Euroásia em um ambiente conveniente para comerciantes com procedimentos mais simplificados, destacou Oreshkin.

"Estamos falando sobre melhorar a infraestrutura de transporte e logística, criar novas rotas de transporte e centros logísticos utilizando o investimento chinês ou estabelecer consórcios com companhias chinesas", acrescentou.

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