Amamentação pode reduzir chance de ataque cardíaco e AVC da mãe, diz estudo

Washington, 21 jun (Xinhua) -- A amamentação não é apenas saudável para bebês, também pode reduzir o risco de uma mãe ter um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral mais tarde na vida, de acordo com um novo estudo com 300 mil mulheres chinesas publicado na quarta-feira.

Aquelas que amamentaram seus bebês tiveram cerca de 10% menos risco de desenvolver doenças cardíacas ou acidentes vasculares cerebrais em comparação com aquelas que não o fizeram, e quanto mais amamentaram, maiores benefícios tiveram, de acordo com o estudo publicado no Journal of the American Heart Association.

"As descobertas devem incentivar a amamentação mais generalizada para o benefício da mãe e da criança," disse o coautor Zhengming Chen, professor de epidemiologia da Universidade de Oxford, em um comunicado.

"O estudo fornece suporte para a recomendação da Organização Mundial de Saúde de que as mães devem amamentar seus bebês exclusivamente nos primeiros seis meses de vida," disse Chen.

Estudos anteriores sugeriram que as mães recebem benefícios na saúde a curto prazo com a amamentação, como perda de peso e níveis mais baixos de colesterol, pressão arterial e glicemia após a gravidez. No entanto, os efeitos a longo prazo da amamentação no risco de desenvolver doenças cardiovasculares em mães não são claros.

No novo estudo, pesquisadores da Universidade de Oxford, da Academia Chinesa de Ciências Médicas e da Universidade de Pequim estudaram 300 mil mulheres chinesas de 30 a 79 anos, como parte de um grande estudo prospectivo de corte chamado China Kadoorie Biobank, que forneceu informações detalhadas sobre sua história reprodutiva e outros fatores de estilo de vida.

Após oito anos de seguimento, houve 16.671 casos de doença cardíaca coronária que inclui ataques cardíacos e 23.983 casos de acidente vascular cerebral entre as 290.000 mulheres que não apresentaram antecedentes de doença cardiovascular quando matriculados no estudo.

Os pesquisadores descobriram que, em comparação com as mulheres que nunca amamentaram, as mães que amamentaram seus bebês tiveram um risco de doença cardíaca de 9% menor e um risco de acidente vascular cerebral de 8% menor.

Entre as mães que amamentaram cada um de seus bebês durante dois anos ou mais, o risco de doença cardíaca foi 18% menor e o risco de acidente vascular cerebral era 17% menor que entre as mães que nunca amamentaram.

Cada seis meses adicionais de aleitamento materno por bebê foi associado a um risco 4% menor de doença cardíaca e a um risco de acidente vascular cerebral maior por 3%, disseram os pesquisadores.

"Embora não possamos estabelecer os efeitos ocasionais, os benefícios de saúde para a mãe da amamentação podem ser explicados por uma" reposição "mais rápida do metabolismo da mãe após a gravidez," disse a coautora do estudo, Sanne Peters, pesquisadora da Universidade de Oxford.

"A gravidez altera o metabolismo de uma mulher drasticamente à medida que ela armazena gordura para fornecer a energia necessária para o crescimento do bebê e para o aleitamento uma vez que o bebê nasce. A amamentação pode eliminar a gordura armazenada mais rápida e completamente," acrescentou Peters.