Enfoque: Rota da Seda Marítima impulsiona "parcerias azuis"

Beijing, 22 jun (Xinhua) -- As autoridades chinesas publicaram uma proposta a fim de promover a cooperação marítima entre os países ao longo da Rota da Seda Marítima do Século 21, de acordo com Wang Hong, diretor da Administração Estatal dos Assuntos Marítimos.

A "Visão para a Cooperação Marítima sob a Iniciativa do Cinturão a Rota" indica que a China está disposta a trabalhar estreitamente com os países ao longo da Rota, participar da cooperação marítima multidimensional e de amplo alcance, construir plataformas de cooperação abertas e inclusivas e estabelecer uma Parceria Azul construtiva e pragmática para criar um "motor azul" para o desenvolvimento sustentável.

As prioridades incluem o desenvolvimento ecológico, a prosperidade com base oceânica, a segurança marítima, o crescimento inovador e a governança colaborativa. O projeto também inclui planos para três passagens econômicas azuis com base oceânica que conectarão a Ásia com a África, Oceania, Europa e mais à frente.

Esta é a primeira vez que o governo chinês tem proposto sistematicamente um projeto para avançar na cooperação marítima entre os países do Cinturão e Rota, indicou Wang.

Desde que o governo chinês publicou o quadro sobre a construção conjunta do Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21 em março de 2015, êxitos significativos foram alcançados nos países ao longo da Rota, acrescentou Wang.

Ele assinalou que a visão é um documento programático promovendo a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas na área de costas e oceanos.

Trata-se de um compromisso para promover o emprego, reduzir a pobreza e proteger e realizar o uso sustentável de recursos marítimos, disse Wang.

As palavras de Wang foram apoiadas por Zhuang Guotu da Universidade de Xiamen, que afirmou que a economia marítima, especialmente a logística de portos, é um aspecto importante para aprofundar a cooperação entre a China e outros países ao longo de Rota.

Mais de 60% do comércio bilateral entre países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) depende da logística de portos. As rotas que envolvem os países do Cinturão e Rota dominam as principais rotas nas províncias chinesas de Fujian e Guangdong, assim como a Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, disse Zhuang.

"À medida que os intercâmbios e a cooperação em comércio, investimento e turismo aumentam entre a China e outros países ao longo da Rota, é uma tendência irresistível expandir a cooperação na indústria portuária, a navegação oceânica, logística, informatização e recursos humanos", mencionou Zhuang.

Sendo a autoridade administrativa marítima do governo chinês, a Administração Estatal dos Assuntos Marítimos se enfocará em promover a visão em países do Cinturão e Rota e estipulará mais políticas detalhadas e planos, indicou Wang.

Seus diferentes interesses e necessidades serão respeitados.

A pasta realizará fóruns no segundo semestre deste ano para promover a comunicação e os intercâmbios no processo de realização de planos para o desenvolvimento da economia marítima e o espaço oceânico, assim como o desenho de parques. Serão feitos treinamentos para a construção de capacidade com o objetivo de formar mais projetos e promover o mecanismo de associação azul.

O funcionário chinês mencionou que se proporcionarão mais serviços públicos e produtos marítimos para fortalecer a cooperação na prevenção e mitigação de desastres marítimos. Além disso, será promovida a construção do centro de alerta de tsunami no Mar do Sul da China.

Entre as tarefas também está a dotação de apoio financeiro. O Banco de Exportação e Importação da China e o Banco da China facilitarão que as empresas com negócios relacionados com o oceano se "internacionalizem" proporcionando meios financeiros como crédito para compradores.