Temer rejeita crítica da ONU sobre repressão no Brasil

Brasília, 26 mai (Xinhua) -- O governo brasileiro rejeitou na sexta-feira uma declaração conjunta do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) criticando a repressão no país nos últimos dias.

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil criticou a declaração, chamando-a de "desinformada e tendenciosa."

"É assustador a leveza com que o ACNUR e a CIDH querem levar (as pessoas) a acreditar que o Brasil não tem instituições sólidas, dedicadas à proteção dos direitos humanos e focadas no Estado de Direito democrático," segundo a resposta.

Na sexta-feira, os dois organismos internacionais criticaram a força policial excessiva na remoção de usuários de drogas do centro de São Paulo e a repressão de um protesto sindical em Brasília. Eles exigiram que o governo brasileiro busque o diálogo e proteja as pessoas que participam de protestos.

Para Brasília, essa postura mostra uma falta de preocupação com a segurança dos funcionários públicos e de protestos sujeitos à violência "sistemática e deliberada."

O governo disse que um protesto violento na quarta-feira fez com que os edifícios dos ministérios da cultura, economia, planejamento e agricultura fossem atacados, e alguns incêndios iniciados, colocando-os em perigo.

Em resposta, o presidente Michel Temer ordenou que tropas do exército fossem colocadas nas ruas para proteger os ministérios.

Enquanto o exército e a polícia lutaram com gás lacrimogêneo e balas de borracha, munições reais também foram disparadas, com um vendedor de rua em estado crítico depois de ter sido baleado no rosto.