Entrevista: BRICS traz condições equitativas para mercados emergentes e economias em desenvolvimento, segundo especialistas

por Will Koulouris

Sydney, 22 mai (Xinhua) -- Um importante especialista global disse que as nações do BRICS trarão condições de igualdade para as economias em desenvolvimento e os mercados emergentes.

O especialista fez os comentários quase 100 dias antes da nona Cúpula anual do BRICS a ser realizada em Xiamen, China, entre os dias 3 e 5 de setembro.

A Cúpula do BRICS reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compõem sua sigla, junto com participantes de todo o mundo. O evento deste ano tem o tema "BRICS: Parceria mais forte para um futuro mais brilhante."

David Thomas, CEO da Think Global Consulting, falou recentemente à Xinhua que os países BRICS têm feito grandes avanços em seu engajamento com a governança global, mas de uma forma que é única.

"Os BRICS estão indo em sua própria direção e eles têm o poder para conseguir, as nações do BRICS compreendem pouco menos da metade da população mundial, e eles estão agora a tentar fazer as suas próprias coisas" disse Thomas.

No início do ano, o fundador do termo "BRICS", Jim O'Neill, disse à Xinhua que os países do BRICS já estão desempenhando um papel importante em termos de governança, apesar da parceria geopolítica ainda estar em seu início e exercer a mesma influência como outros agrupamentos globais semelhantes.

"A maneira como surgiram, e todo o advento do G20 foi feito para trazer os países do BRICS para a governança global," disse O'Neill.

"Então, eles já são. Acho que é muito claro."

Um dos aspectos mais notáveis da bem-sucedida parceria do BRICS foi o nível de cooperação que os países conseguiram alcançar, disse Thomas.

"Se você pensar nisso, foi apenas a ideia de Jim O'Neill do BRICS que trouxe todos juntos. Eu conheço o Jim muito bem e ele estava tão surpreso como qualquer um quando eles começaram a se reunir como um grupo, porque eles não têm vantagens naturais, ou razões culturais e históricas para ser um grupo. "

"Esta é sua nona reunião de liderança em Xiamen este ano, e eu acho que é interessante porque não há nenhuma razão para eles colaborarem, e eu acho que mais interessante é que eles estão colaborando."

Os intercâmbios culturais e conexões que foram desenvolvidas entre os países são cruciais para o sucesso contínuo da parceria, de acordo com Thomas, que disse que a forma como a parceria BRICS está estruturada permite um maior envolvimento entre as nações.

"O BRICS está funcionando de uma forma que é de cima para baixo, de baixo para cima. De cima para baixo é a cúpula de líderes que recebe toda a atenção, mas há realmente muito acontecendo de baixo para cima," disse Thomas.

Thomas disse que uma série de comitês estão sendo formados entre os países em áreas como finanças e inovação, que estão permitindo a colaboração de nível inferior e resultados mutuamente benéficos entre os países membros, bem como estabelecer novas conexões e intercâmbios culturais.

"E assim esses laços estão começando a se construir, e você também percebe isso em fóruns globais onde você vê que os países do BRICS tendem a votar juntos," disse Thomas.

"Mesmo que eles não concordem naturalmente em certas coisas, eles estão descobrindo que há mais razão para concordar, do que não concordar."

Thomas acredita que a potencial instituição do modelo "BRICS +" verá uma mudança profunda e positiva na composição econômica global, com o progresso que será feito à medida que esses países forem trazidos ao seu limite, levando a resultados mutuamente benéficos para os países que ele sente que tem sido muitas vezes ignorado.

"É a globalização e o futuro da globalização. Isso está criando condições de igualdade, onde países que nunca antes pensamos chegarão a se tornar grandes jogadores globais."

"Esse é o resultado principal de tudo isso, um campo de jogo mais nivelado."

Uma das maneiras em que isso será alcançado é através das nações BRICS enfatizando o desenvolvimento do crescimento e resultados "benéficos para todos," promovendo e desenvolvendo a conectividade da infraestrutura, comércio, investimento e moeda, disse Thomas.

"Se você está pensando 20 ou 30 anos no futuro, vai ser um mundo muito diferente."