Empresas italianas olham para o potencial da Iniciativa do Cinturão e Rota

2017-05-17 16:07:41丨portuguese.xinhuanet.com

Por Stefania Fumo

Roma, 16 mai (Xinhua) -- Representantes comerciais italianos disseram nesta terça-feira que a Iniciativa do Cinturão e Rota pode beneficiar a economia do país mediterrâneo.

Os comentários vieram no final da missão do primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, a Beijing, onde liderou uma delegação de negócios no Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, reunido com o presidente chinês Xi Jinping pelo que ele disse ser uma "conversa cordial ".

A Iniciativa do Cinturão e Rota foi proposta pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013 com o objetivo de construir redes de comércio e infraestrutura que liguem a Ásia com a Europa e a África ao longo das rotas antigas da Rota da Seda. Compreende o cinturão econômico da estrada da seda e a estrada de seda marítima do século XXI.

A Itália é o 15º parceiro comercial da China a nível mundial e o quarto maior a nível europeu, de acordo com a agência oficial de estatísticas Istat.

Seus principais setores de exportação para a China são a maquinaria industrial, carros e moda.

"As margens estão lá para que a Itália intercepte a movimentação de mercadorias da China", concluiu Alessandro Terzulli, economista-chefe da agência italiana de crédito à exportação SACE, à Xinhua nesta terça-feira.

Terzulli disse que as cidades portuárias italianas de Ravenna, Veneza e Trieste no Mar Adriático se juntaram com as de Capodistria (Eslovênia) e Rijeka (Croácia), que formarão a Associação do Norte do Mar Adriático (NAPA).

A NAPA começou a trabalhar em uma plataforma marítima de 2,2 bilhões de euros (2,44 bilhões de dólares) fora de Veneza com a capacidade de receber grandes navios de carga vindos do Canal de Suez.

Embora os efeitos imediatos da Iniciativa do Cinturão e Rota estejam no setor logístico e portuário - em que operam 160.000 empresas italianas com um valor aproximado de 220 mil milhões de euros -, terá inevitavelmente um "efeito cascata" em outros tipos de empresas, tais como construção naval e construção e fabricação de transporte, disse Terzulli.

"Colocará muitos recursos em circulação," disse. "Se (os portos italianos) se tornarem estratégicos, isso nos tornará mais competitivos".

Isso vai funcionar em ambos os sentidos, as empresas italianas terão melhor acesso à China, disse ele.

Segundo a SACE, apesar da crise econômica iniciada em 2007, as exportações italianas contribuíram com 4,2% para o PIB do país em 2010-2015.

No entanto, o problema para a Itália é que muitos de seus negócios estão tendo dificuldade em se desenvolver no mercado internacional.

"Nos últimos anos, as empresas com melhores resultados foram aquelas que abraçaram as oportunidades de internacionalização", disse Sergio Razeto, presidente da associação comercial Friuli Venezia Giulia à Xinhua.

A região nordeste do Friuli Venezia Giulia inclui a cidade portuária de Trieste, que provavelmente se tornará um dos terminais do Cinturão e Rota.

"Inegavelmente, muitas empresas italianas têm dificuldade com os mercados internacionais porque são muito pequenas para competir", disse Razeto, cuja associação representa mais de 400 empresas que empregam um total de 27.000 pessoas.

"Isso é particularmente verdadeiro para destinos distantes cuja mentalidade é diferente da nossa", explicou Razeto.

Neste contexto, "ter novas fontes de financiamento só pode ser uma coisa positiva" para as PMEs italianas, disse ele sobre o fundo de investimento sino-italiano proposto.

A região Friuli Venezia Giulia teve exportações globais de 13,2 bilhões de euros em 2016, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior.

Os setores mais fortes foram a construção naval (+687 milhões de euros ano-a-ano) e a indústria de máquinas e equipamentos (+188 milhões de euros).

No entanto, as exportações da região para a China - principalmente equipamentos industriais - caíram 18,1% em 2016. Esta foi uma tendência descendente que começou em 2012, disse Razeto.

Também ficou satisfeito com o resultado da missão de Gentiloni, o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, que agradeceu o primeiro-ministro por apoiar o papel da cidade da lagoa como um terminal do Cinturão e Rota.

"É um sinal de grande encorajamento" para a autoridade portuária de Veneza e "para os negócios chineses que já estão trabalhando com Veneza", disse o comunicado do prefeito.

"A Rota da Seda marítima conectará cada vez mais a Ásia e a Europa", disse Brugnaro em comunicado publicado na mídia local.

Os 65 países da Ásia Central envolvidos na Iniciativa do Cinturão e Rota absorvem 27% das exportações mundiais da Itália e têm margens de crescimento elevadas.

À medida que as suas economias se expandem e se diversificam, é possível imaginar um futuro em que as empresas italianas, que atualmente operam nos setores do petróleo e do gás nesses países, se deslocarão a curto prazo para a engenharia mecânica e atualizações tecnológicas e a médio-longo prazo em moda, móveis e eletrodomésticos, de acordo com analistas da SACE.

A Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China representa 30% do PIB mundial, abrange 38,5% do mundo e envolve 62,3% de sua população, de acordo com a SACE.

A agência italiana de crédito à exportação opera em 198 países e apoia 25 mil empresas italianas com 87 bilhões de euros em 2016, ante 74 bilhões em 2011 e 46 bilhões em 2008.

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