(Cinturão e Rota) Da Cúpula do G20 em Hangzhou ao Fórum do Cinturão e Rota, cresce a notoriedade global do presidente chinês

Beijing, 16 mai (Xinhua) -- Ele é conhecido como o timoneiro da segunda maior economia mundial, como o líder do maior partido político e um ardente defensor da globalização e fã entusiasmado do futebol.

Agora, o presidente chinês Xi Jinping parece estar adquirindo um outro título internacional como arquiteto de um grande plano para conectar melhor os países nas antigas rotas da seda e mais adiante.

O Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional realizado no domingo e na segunda-feira em Beijing é uma perfeita ilustração do crescente status internacional da China e da cada vez maior influência de Xi.

As imagens de Xi recebendo no fórum de dois dias os 29 chefes de Estado e de governo de todo o mundo, assim como os líderes de organizações internacionais importantes, levaram de volta as memórias de oito meses atrás, quando o presidente presidiu a cúpula do G20 em Hangzhou.

Todas as economias do G20 estiveram representadas no fórum do Cinturão e Rota, que atraiu cerca de 1.500 representantes de mais de 130 países e 70 organizações internacionais.

Estima-se que esses países participantes representam mais de dois terços da população mundial e 90% do Produto Interno Bruto mundial.

Sob qualquer padrão, o fórum, coberto por mais de 4 mil jornalistas, é uma das reuniões internacionais de maior prestígio que a China já organizou e uma das assembleias de mais alto nível no mundo.

Como a China se prepara para a Cúpula BRICS de 2017 que se realizará em setembro em Xiamen, os analistas dizem que está cada vez mais claro que nos últimos anos a China deixou que ser um ator nos assuntos mundiais para tornar-se em um líder da agenda mundial.

O valor de Xi Jinping como um político responsável tem crescido nesse processo.

Xi presidiu a reunião do Fórum de Cooperação Econômica para a Ásia-Pacífico (APEC) em 2014 e a Cúpula do G20 de Hangzhou no ano passado, com que projetou o curso para o crescimento mundial e para a recuperação econômica mundial.

Em janeiro, Xi defendeu a globalização e o livre comércio no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, em relação à nova realidade mundial que parece inclinar-se ao protecionismo.

Seu grande atrativo pessoal, em especial como "núcleo" do Partido Comunista da China e seu Comitê Central, também ajudou a projetar sua influência ao exterior.

Xi é considerado uma vanguarda da reforma e do Sonho Chinês de revitalização nacional, assim como um firme impulsor do combate à corrupção.

O fórum do Cinturão e Rota em Beijing pode impulsionar ainda mais sua influência, tanto na China como mais à frente, especialmente com apenas uns meses para o 19º Congresso Nacional do PCC que se reunirá no segundo semestre deste ano para escolher uma nova liderança.

Durante uma mesa redonda de líderes realizada na segunda-feira, Xi explicou o que o inspirou a expor a Iniciativa do Cinturão e Rota há quatro anos.

A Iniciativa do Cinturão e Rota "não exclui nem está dirigida por nenhuma parte", disse Xi na cúpula em que falou da infinidade de desafios que o mundo enfrenta: um lento crescimento e investimento, uma globalização econômica em agitação, um desenvolvimento cada vez mais irregular, o efeito da afluência massiva de refugiados e migrantes, assim como guerras, conflitos e terrorismo.

As palavras ecoaram o discurso inaugural que pronunciou um dia antes ao descrever a iniciativa como "o projeto do século" em um mundo "infestado de desafios".

Uma rede multidimensional de infraestrutura está tomando forma, que é sustentada por corredores econômicos integrados por rotas de transporte terrestre, aéreo e marítimo e por autoestradas de informação, e que é apoiada por grandes projetos portuários, ferroviários e de gasodutos.

"O presidente Xi desempenhou um importante papel ao obter todas essas mudanças positivas oferecendo o bom julgamento e soluções chinesas ao mundo e ao integrar as estratégias de desenvolvimento dos países com o Cinturão e Rota", disse Wang Yiwei, professor da Escola de Estudos Internacionais da Universidade Renmin da China.

"A iniciativa do Cinturão e Rota se ajusta bem à visão de Xi de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. É uma parte importante de suas teorias de governança, igual ao conceito de desenvolvimento inovador, coordenado, verde, aberto e compartilhado e o de reforma estrutural do lado de oferta", acrescentou Wang.