Entrevista: Investimentos chineses em Moçambique auxiliam desenvolvimento do país
Por Rafael Lima e Bi Yuming
Beijing, 15 mai (Xinhua) -- Para a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Nyeleti Brooke Mondlane, a diversidade dos investimentos chineses em Moçambique auxiliam o desenvolvimento do país e geram novas perspectivas de industrialização.
A Vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Nyeleti Brooke Mondlane (e), concede uma entrevista exclusiva à Xinhua em Beijing, capital da China, em 14 de maio de 2017.
"Moçambique é um país vasto, tem grandes áreas para lavragem, tem portos com potencial, tem minérios, tem recursos naturais. Então, a China está a investir no desenvolvimento de portos, na construção de estradas, pontes, na ajuda social, na construção de hospitais, na construção de escolas. Portanto, há uma diversidade de investimentos da China para ajudar Moçambique a se desenvolver", explicou a vice-ministra moçambicana.
Nyeleti destacou a industrialização baseada na agricultura como a área prioritária para o desenvolvimento de Moçambique, explicando que a China está a investir em parques industriais multifacetados no seu país.
"O que é prioritário para Moçambique neste momento é a industrialização baseada na agricultura, para que o nosso país possa ser uma zona de produção, e que venham as cadeias de valor para sermos exportadores", disse.
Nyeleti está em Beijing para participar no Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, que se encerra nesta segunda-feira.
"Fóruns como este ajudam-nos a pensar como desenvolver a industrialização em Moçambique e na região. Esta iniciativa posiciona os países numa rota para o internacionalismo, para a globalização", afirmou.
A iniciativa do Cinturão e Rota refere-se a um gigantesco plano com o objetivo de estabelecer uma rede de comércio e infraestrutura que conectará a Ásia com a Europa e África ao longo das antigas rotas comerciais da Rota da Seda.
"A iniciativa do presidente Xi para nós é visionária porque abraça mais de 150 países no sentido de encorajarmos uns aos outros mutualmente a realizar trocas e a criar infraestruturas a nível global para que possamos nos desenvolver", comentou Nyeleti.
A representante moçambicana também afirmou que a iniciativa chinesa pode dar uma grande contribuição para os projetos de integração regional no continente africano e que os países tenderão a apoiar a iniciativa.
"Moçambique faz parte da SADC e a SADC tem um plano indicativo regional que também está virado às infraestruturas. Portanto, todos nós a nível regional vamos posicionar-nos para usufruirmos da rota", explicou.
Nyeleti afirmou também que o discurso do presidente Xi durante o fórum reconfirma para Moçambique e para os outros países membros da iniciativa que há um comprometimento e uma complementariedade entre os dois lados, mas que ainda há muito a fazer.
"O que nós precisamos fazer é assegurar que esta iniciativa seja especial porque na verdade devemos todos trabalhar para termos a certeza de que estamos a tirar os nossos povos da pobreza. Segundo, devemos assegurar que o desenvolvimento que estamos a criar como resultado desta iniciativa seja inclusivo. Terceiro, devemos assegurar que ele seja sustentável", comentou.
"Temos que dar passos certos, sustentáveis, para irmos ao patamar de podermos fazer a comercialização e intercâmbios com o resto do mundo num pé de igualdade. E a África merece, a África merece", enfatizou a vice-ministra.
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