(Cinturão e Rota) Agricultores chineses constroem caminho orgânico
Rio de Janeiro, 14 mai (Xinhua) -- Sun Jiansheng chegou aos Emirados Árabes Unidos (EAU) há 10 anos. No entanto, sua empresa começou a decolar apenas alguns anos atrás, quando ele decidiu cultivar legumes no deserto.
Ele começou seu negócio com um pequeno supermercado. Depois de anos de trabalho árduo, o negócio do supermercado foi estendido para o comércio eletrônico, importação e exportação de alimentos.
Apesar de ter uma posição no setor empresarial local, Sun ainda se sentia insatisfeito. Mas o tempo passou e ele encontrou uma oportunidade: plantar legumes.
A cozinha local dos Emirados Árabes Unidos consiste principalmente em pratos grelhados e fritos, com uma escolha muito limitada de legumes.
A comida é pouco palatável para pessoas da China. Os legumes importados são muito caros e não muito frescos. Os conservantes são frequentemente adicionados para o transporte e armazenamento de produtos hortícolas, o que os torna inadequados para consumo.
Para oferecer frutas e legumes saudáveis aos chineses ambientalistas locais, Sun decidiu em 2012 investir pesadamente na construção de uma fazenda de vegetais orgânicos no deserto de Nazwa. O clima em Dubai é quente e seco, com a precipitação anual de apenas 100 mm.
Cultivar legumes no deserto requer grande investimento e é muito difícil. Um amigo de Sun o persuadiu a desistir do negócio.
"Vou tentar fazer o meu melhor uma vez que eu decidi não importar e ver o quão difícil é", respondeu Sun
Enquanto Sun comanda sua fazenda no calor do deserto, a milhares de quilômetros de distância na cidade de Osh no sul do Quirguistão, Nurdinov Nizomidin, um fazendeiro, também está ocupado trabalhando sob o sol escaldante no campo de algodão.
Diferente das terríveis condições naturais de Dubai, Osh goza de bom clima e abundância de recursos hídricos, tornando-se uma importante área de produção de algodão.
Como um homem de riqueza com alguma fama na área local, Nurdinov ganha US$ 40 mil todos os anos, o que não é um pequeno valor em comparação com o salário médio mensal local de US$ 200.
Apesar das condições naturais favoráveis, Nurdinov disse que foi a tecnologia agrícola da China que fez sua fortuna. No passado a tecnologia de plantio de algodão veio da União Soviética, com a produção de 3 toneladas por hectare.
Mais tarde, técnicos chineses do Instituto de Pesquisa do Algodão da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas chegaram ao Quirguistão para promover a tecnologia de plantio de algodão.
Eles conseguiram encontrar as variedades mais adequadas para o plantio, com base nas condições naturais locais. Eles trouxeram palha para proteger as sementes, e máquinas de semeadura mais avançadas para reduzir a intensidade do trabalho. Eles também mediram e analisaram o solo para fornecer fertilizantes mais precisos e eficazes.
Inicialmente, os moradores locais estavam céticos de que a tecnologia chinesa de plantio de algodão fosse superior à da União Soviética. Mas Nurdinov optou por experimentá-la e recebeu orientação técnica de agrônomos chineses. Para sua surpresa, a produção de seus campos de algodão aumentou de 3 para 5 toneladas. Hoje em dia, a tecnologia chinesa de plantio tem sido aplicada em campos de algodão de cerca de 10 mil hectares de áreas locais.
"Agora confiamos na tecnologia chinesa e gostaríamos muito de cooperar com agrônomos chineses", afirmou Nurdinov.
Da mesma forma, a família de Rajaratnam no Sri Lanka também encontrou um caminho de desenvolvimento verde usando a tecnologia chinesa.
Vivendo em Puttalam, uma pequena cidade no sudoeste do Sri Lanka, a família Rajaratnam planta cebolas. A família costumava usar geradores a diesel para irriga-las, o que representava um pesado fardo financeiro. Eles também tiveram que suportar o grande ruído e a frequente quebra de geradores a diesel.
"O gerador fazia barulho tão forte que fazia minha cabeça doer", lembrou Rajaratnam, balançando a cabeça.
A usina de carvão de Puttalam, que foi construída por empresas chinesas e entrou em operação em setembro passado, trouxe tremendas mudanças à família Rajaratnam.
Como muitos residentes locais, a esposa de Rajaratnam encontrou um trabalho na central eléctrica com um pagamento mensal de 18 mil rúpias (US$ 133 dólares). Mais importante ainda, a usina forneceu eletricidade estável, o que reduziu o custo da eletricidade de 20 mil rúpias (US$ 148) por acre a cada mês para 3 mil rúpias (US$ 22).
Encorajado pela economia de custos, Rajaratnam já considera plantar outras culturas, como tabaco, mamão e melancia. Atualmente, ele está expandindo sua casa. "Nossa vida tem melhorado", disse ele. Alguns locais costumavam estar preocupados com os potenciais efeitos da construção da usina sobre o meio ambiente. Um dos principais problemas foi como lidar com cinzas flutuantes, um subproduto da queima de carvão.
Lakmar, que está no comando do laboratório de cinzas flutuantes da Tokyo Cement Company (Lanka) PLC, é o comprador principal de 43% das cinzas produzidas, e utiliza todos os resíduos para criar benefícios.
Antes da instalação da usina, as cinzas necessárias no Sri Lanka eram importadas da Índia. Agora, o preço de compra é apenas um terço do que costumava ser.
Rajaratnam disse que além da usina não afetar o meio ambiente, ela também promoveu o desenvolvimento da agricultura ecológica graças a sua ampla oferta de energia a custos reduzidos.
Na verdade, quando Sun Jiansheng começou a construir sua fazenda, ele manteve o conceito de proteção ao meio ambiente, com cultivo orgânico e desenvolvimento sustentável.
Para produzir frutas e vegetais não adaptados ao clima quente, Sun recebeu uma licença especial do governo de Dubai para cavar seis poços com uma profundidade de mais de 100 metros, para extrair água subterrânea para irrigação. A tecnologia de irrigação por gotejamento garantiu que cada gota de água seria usada com efeito máximo.
Ele também montou transformadores de eletricidade para construir estufas de refrigeração de água com temperatura cuidadosamente controlada, com economia de energia. O esterco de vacas e camelos em fazendas de gado locais também foram utilizados como fertilizantes.
Depois de anos de trabalho duro, a fazenda de Sun construiu uma área total de 87 mil metros quadrados, com 20 estufas de arrefecimento a água e mais de 100 metros quadrados de armazéns que mantêm o produto fresco.
Todos os dias, a fazenda orgânica produz várias toneladas de mais de 30 tipos de legumes e frutas, que são vendidos para supermercados e cantinas de empresas chinesas nos Emirados Árabes Unidos.
A Emirates Airlines que é conhecida por suas diretrizes rigorosas de alimentos, recentemente escolheu a fazenda orgânica de Sun como seu fornecedor de vegetais usados para suas refeições durante o voo, um sinal de que os legumes de Sun realmente decolaram no mercado local.
Lembrando seu árduo trabalho de construção da fazenda orgânica nos últimos anos, Sun disse que a Iniciativa de Cinturão e Rota gradualmente leva adiante o conceito de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, e tem sido reconhecido por mais e mais pessoas.
"Vejo mais esperança no desenvolvimento da agricultura orgânica", concluiu Sun.
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