(Cinturão e Rota) Portugal poderá ter participação ativa na Iniciativa do Cinturão e Rota, diz analista português
Por Rafael Lima e Bi Yuming
Beijing, 11 mai (Xinhua) -- Com a aproximação do Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, que será realizado entre os dias 14 e 15 de maio em Beijing, dirigentes e acadêmicos portugueses têm demonstrado entusiasmo pela iniciativa proposta pela China em 2013.
"No ano passado, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, em visita à China, mostrou-se aberto à iniciativa, enfatizando que portugal tem muitas vantagens. O nosso país é uma porta para a Europa e uma rampa de lançamento para África com portos de boa qualidade", disse Pedro Sobral, mestrando em estudos interculturais Portugal-China da Universidade do Minho, em Portugal, e professor da Universidade Sun Yat-sen, em Zhuhai, sul da China.
A iniciativa do Cinturão e Rota tem por objetivo estabelecer uma rede de comércio e infraestrutura conectando a Ásia com a Europa e a África ao longo das antigas rotas comerciais da Rota da Seda.
Em março, o ministro da Economia português, Manuel Caldeira Cabral, afirmou em Beijing que Portugal vai participar na construção da Rota da Seda Marítima e que espera desenvolver um laço comercial mais sólido com a China. "Como um dos principais portos da Europa, Portugal está a construir infraestruturas ferroviárias para reforçar a ligação com o centro da Europa", disse o ministro.
Para Pedro Sobral, Portugal pode e deve aproveitar a iniciativa chinesa para fazer valer as suas qualidades, principalmente no campo das exportações, que tem sido o motor da sua economia ao lado do turismo: "Apesar de a rota não incluir explicitamente Portugal, tal não significa que o nosso país será marginalizado. O fato de Portugal também ser um país fundador do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura aponta também para um claro desenvolvimento da relação bilateral que pode beneficiar o nosso país a médio-longo prazo".
Portugal estará representado no Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional pelo seu Secretário de Estado da Internacionalização.
Segundo Pedro Sobral, é normal esperar que os líderes portugueses mostrem entusiasmo pela iniciativa já que Portugal pode, através de um relacionamento saudável com ambas as partes, ter uma participação ativa na iniciativa do Cinturão e Rota.
Segundo dados oficias chineses, o comércio entre a China e os países de língua portuguesa atingiu US$ 14,84 bilhões entre janeiro e fevereiro de 2017, um salto anual de 32,64%. O valor das trocas comerciais entre a China e Portugal durante o mesmo período foi de US$ 297,8 milhões.
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