Governador do Rio pede ajuda ao governo federal para conter aumento da violência no maior complexo de favelas da capital

2017-04-28 20:21:51丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 28 abr (Xinhua) -- O governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão,pediu ajuda do governo federal para lidar com a escalada da violência que causou cinco mortes nos últimos seis dias no Complexo do Alemão, maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro, cidade mais turística do Brasil.

Em entrevista nesta quinta-feira à rádio CBN, Pezão afirmou que precisa da ajuda porque a grave crise econômica que afeta o Estado lhe impede de colocar mais policiais nas ruas.

"Tenho 4 mil policiais para serem admitidos, mas, infelizmente não posso contratá-los pois não temos recursos", afirmou o governador.

Pezão disse não querer transferir a responsabilidade para outras esferas do governo, mas citou a falta de fiscalização nas rodovias federais como um dos motivos da violência.

"O Rio de Janeiro virou uma peneira. Fuzil, que não é uma arma fabricada no Rio, virou uma coisa banal. Precisamos ter policiamento reforçado nas fronteiras e nas rodovias federais", enfatizou o governador, afirmando que tem pedido ajuda "sistematicamente, a cada 15 dias, tanto ao ministro (da Defesa), como ao presidente Michel Temer para fiscalizar nossas fronteiras."

Membro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o mesmo do presidente Temer, Pezão destacou que a crise de segurança do Estado causou a morte de "mais de 50" policiais nos últimos quatro meses.

O Complexo do Alemão foi ocupado pela polícia em 2010, em uma operação transmitida por horas pela televisão local e durante anos a violência pareceu estar controlada na região.

Porém, a situação saiu do controle nos últimos meses, com ataques constantes às delegacias de polícia estabelecidas dentro das favelas e confrontos diários entre a polícia e os traficantes.

A escalada da violência nesta semana se deveu às operações iniciadas na sexta-feira passada pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, para instalar uma torre blindada no alto da favela Nova Brasília, dentro do Complexo.

A instalação foi completada na última terça-feira e, durante as operações, morreram quatro pessoas, entre elas um adolescente de 13 anos.

Outro jovem foi morto na noite de quarta-feira, durante um protesto de moradores contra a violência reprimido pela polícia. Houve um tiroteio, o adolescente foi atingido e não resistiu, apesar de ser levado a um hospital.

"Tenho dito ao secretário de Segurança Roberto Sá que nenhuma vida vale o confronto com traficantes, mas a gente não pode achar normal que o policial entre lá e tenha que ficar blindado para não ser alvo de tiros", declarou Pezão, durante a entrevista, ao defender a torre, que tem sido motivo de polêmica.

010020071380000000000000011100001362441931