STF decide que goleiro Bruno deve voltar à prisão
Brasília, 25 abr (Xinhua) -- O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na terça-feira revogar a liberdade condicional concedida ao goleiro Bruno, condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, e ordenou a volta dele à penitenciária.
O goleiro tinha sido libertado em fevereiro pelo juiz Marco Aurelio Melo, em resposta a um pedido de habeas corpus da defesa, que havia solicitado que Bruno esperasse em liberdade o resultado da apelação feita há mais de quatro anos e que ainda não foi julgada.
Bruno foi posto em liberdade em fevereiro deste ano e assinou contrato com o Boa Esporte em 13 de março e estreou em 8 de abril. Desde então, atuou em cinco partidas pelo time mineiro da Série B.
A concessão do habeas corpus e a volta de Bruno a futebol profissional desencadearam uma onda de protestos em todo o país e o Boa Esporte chegou a perder patrocinadores.
O goleiro estava no auge da carreira como capitão do Flamengo, em 2010, e na época havia rumores de que estava para se transferir ao futebol italiano. A prisão pelo desaparecimento de Samudio caiu como uma bomba no meio futebolístico.
Samudio desapareceu naquele ano, meses depois de dar à luz um filho de Bruno, que nunca reconheceu a paternidade. O corpo dela nunca foi encontrado.
O jogador foi condenado em 8 de março de 2013 a 22 anos e três meses de prisão como mandante do assassinato e ocultação do cadáver, que segundo outros envolvidos no crime, condenados a diferentes penas, teria sido esquartejado e devorado por cachorros para destruir as provas.
Além disso, foi condenado por sequestro e cárcere privado do filho, entregue depois aos cuidados da avó materna.
Horas depois de ser comunicado da decisão do STF, Bruno se apresentou espontaneamente na Delegacia Regional de Varginha (MG) e assinou um documento se comprometendo a se entregar, mas foi liberado até quarta-feira, já que ainda não foi expedido um mandado de prisão. Ele saiu sem falar com a imprensa.