Crescimento econômico na África Oriental é forte apesar da seca
Nairóbi, 13 abr (Xinhua) -- O crescimento econômico no leste da África continua forte, apesar dos efeitos adversos da forte seca em toda a região, disse um relatório de um órgão de contabilidade e finanças divulgado nesta quinta-feira.
O último relatório do Institute of Chartered Accountants, na Inglaterra e do País de Gales (ICAEW), disse que a economia está sendo ajudada pelo crescimento em infraestrutura na região.
"O desenvolvimento da infraestrutura continua a estimular a indústria em toda a região, enquanto a expansão dos serviços para os mercados não atendidos continua a ser o principal motor do crescimento," disse Michael Armstrong, diretor regional do ICAEW Oriente Médio, África e Sul da Ásia.
O relatório "Economic Insight: Africa Q1 2017" apontou que as autoridades de vários países da África Oriental tentaram mitigar os efeitos da seca estimulando a atividade econômica por outros canais, como estímulo fiscal substancial e política monetária mais flexível.
De acordo com o relatório, a Tanzânia deverá atingir um crescimento real do PIB em 6,9, seguido por Uganda com 6,8, Etiópia com 6,7 e Ruanda e Quênia com 6,6 e 6,4, mesmo apesar da seca.
Foi dito que tanto a Ruanda como Uganda afrouxaram a política monetária durante o primeiro trimestre do ano, enquanto a Etiópia balanceou os efeitos da seca através de estímulo fiscal substancial - o setor de construção teria crescido 25% durante o ano fiscal de 2015/16.
O ICAEW disse que os efeitos adversos da seca foram mais sentidos em Uganda, com a agricultura tendo queda nos três primeiros trimestres de 2016.
A Comissão observa que a fraca produção agrícola também teve um impacto significativo na inflação dos preços dos alimentos na região.
"Embora não seja particularmente intensa em termos históricos, as pressões inflacionárias nos últimos meses podem ser atribuídas quase totalmente aos altos preços dos alimentos, com a inflação dos preços dos produtos não alimentares permanecendo fraca," disse o relatório.
A agricultura na maioria das nações do Leste Africano é altamente dependente do clima, e as chuvas refletem diretamente na produção agrícola e nos preços dos alimentos.
O relatório, encomendado pelo ICAEW e produzido pela Oxford Economics, concentra-se especificamente no Quênia, Tanzânia, Etiópia, Nigéria, Gana, Costa do Marfim, África do Sul e Angola.
Enquanto isso, o relatório diz que Botswana e África do Sul ainda estão lutando para se recuperar após a queda nos preços das commodities, apesar da seca. Prevê-se um crescimento real do PIB de 1,2% para ambos os países em 2017.
De acordo com o ICAEW, o crescimento da África do Sul será ajudado por chuvas generalizadas, uma melhoria das perspectivas de procura dos consumidores e uma recuperação dos preços dos commodities, enquanto a Angola continua otimista quanto à melhoria da produção petrolífera e ao início dos projetos de infraestruturas.
Botswana, por outro lado, prevê um crescimento recorde de 4,1% devido à demanda no mercado internacional de diamantes.
O ICAEW disse que o forte crescimento do Senegal nos seus setores primário e secundário, bem como os esforços colaborativos do governo para melhorar a infraestrutura, particularmente no fornecimento de eletricidade, tem estimulado tremendamente o crescimento econômico do país.












