Comentário: Reunião de Xi e Trump dará o tom dos laços China-EUA
Beijing, 31 mar (Xinhua) -- A iminente e primeira reunião entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump pode dar o tom do futuro desenvolvimento das relações China-EUA, que são importantes para a região Ásia-Pacífico e para todo o mundo.
O encontro dos líderes das duas mais grandes economias do mundo é de grande importância porque as relações China-EUA estão enfrentando grandes oportunidades depois de altos e baixos nos últimos meses.
Felizmente, a China e os EUA sempre puderam buscar pontos comuns e ao mesmo tempo manter as diferenças e mostram a vontade de tratar das discordâncias e manter de forma conjunta a estabilidade dos laços bilaterais, assim como a paz dentro e fora da região.
Em uma conversa telefônica realizada em 10 de fevereiro, os dois líderes prometeram construir uma relação bilateral construtiva. Trump reverteu sua postura anterior e reassegurou ao colega chinês que a administração norte-americana cumprirá a política de Uma Só China, o fundamental para os laços bilaterais mais importante do mundo.
Os dois lados concordaram em construir as relações com base nos princípios de não confronto, não conflito, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo, princípios que o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, reiterou em diversas ocasiões e que foram originalmente propostos pela China em 2013.
Ambos os lados também reconheceram que a cooperação é a única escolha correta e que as relações sadias entre a China e os EUA trarão importantes oportunidades de desenvolvimento.
O encontro será uma boa oportunidade para aprofundar o entendimento pessoal entre os presidentes e fortalecer a confiança mútua. Uma forte relação pessoal entre chefes de Estado desempenha muitas vezes um papel crucial e às vezes até indispensável para os laços entre os países.
A reunião de dois dias traçará uma série de diretrizes para as relações bilaterais e os dois líderes trocarão pontos de vistas sobre os assuntos regionais e globais, tais como comércio e investimento bidirecionais, câmbio e estabilidade no Mar do Sul da China.
Seria ingenuidade imaginar que os dois lados acabarão com as divergências em uma única reunião diplomática. No entanto, não será difícil superar nenhuma dificuldade se mantiverem a boa-fé que mostraram recentemente, conversarem e fizerem concessões com base no respeito mútuo.
A China e os EUA são parte de um mundo altamente globalizado. Para a administração de Trump, muitas de suas tarefas mais urgentes, como promover o crescimento econômico, criar empregos e renovar a infraestrutura, estão na arena doméstica. Os fortes laços econômicos e comerciais da China com os EUA podem dar grande auxílio e não são obstáculos para Trump cumprir suas promessas. Não há motivos para os dois países prejudicarem suas relações.
Os dois países também precisam de um do outro para enfrentar problemas espinhosos como aquecimento mundial, terrorismo, crimes transnacionais e tráfico de droga, além de manter a paz e o desenvolvimento mundiais. O custo da não cooperação seria muito alto.
A teoria da Armadilha de Tucídides descreve o cenário terrível de uma guerra entre a China e os EUA para competir por supremacia mundial.
No entanto, a teoria desconsidera o fato de que em um mundo de interdependência a cooperação é o modo melhor e mais eficiente para os países como a China e os EUA alcançarem os interesses comuns. Se os dois países cuidarem dos interesses compartilhados e tratarem das diferenças com pragmatismo e prudência, certamente evitarão essa armadilha.