Operação Carne Fraca: maior frigorífico brasileiro anuncia férias coletivas

2017-03-30 12:39:39丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 29 mar (Xinhua) -- O frigorífico brasileiro JBS, o maior do mundo no setor de proteína animal, anunciou esta quarta-feira que vai dar férias coletivas de 20 dias para funcionários de 10 das 36 unidades de abate de bovinos espalhadas pelo Brasil

Uma das unidades está localizada em São Paulo, três no estado de Mato Grosso do Sul, quatro em Mato Grosso, uma em Goiás e outra no Pará.

Segundo o comunicado divulgado pela JBS, dona das marcas Friboi, Seara e Swift, as férias coletivas, que se iniciarão na próxima segunda-feira, poderão se estender por mais dez dias além dos 20 anunciados.

"A medida é necessária em virtude dos embargos temporários impostos à carne brasileira pelos principais países importadores, assim como pela retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias", justificou a nota oficial.

A empresa acrescentou que "será necessário ajustar os volumes de produção para normalizar os níveis de estoques de produtos que vão abastecer o mercado interno, assim como reescalonar a programação de envios de produtos para clientes do mercado externo, que ficaram represados, de forma a não sobrecarregar o sistema de recebimento e estocagem".

A decisão é consequência das medidas contra a importação de carne brasileira tomadas por vários países a partir do dia 17 de março, quando a Polícia Federal desencadeou a chamada "Operação Carne Fraca" ,que apontou irregularidades em 21 frigoríficos do país envolvendo não só a maquiagem de produtos vencidos, como também uma rede de propinas à funcionários do Ministério da Agricultura para liberação dos produtos.

Apesar das medidas, a empresa esclareceu que não pretende diminuir seu quadro de funcionários no país, cujo total é de 125 mil pessoas. A JBS atua também nos mercados dos Estados Unidos, Europa, Austrália, México, Argentina, Canadá, Chile, China, Paraguai, Uruguai e Vietnã, com um total de 237 mil empregados.

Também nesta quarta-feira, o comissário da União Europeia (UE) para a Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, anunciou que a UE estuda adotar medidas mais severas para a entrada de produtos do setor frigorífico brasileiro em seus países membros.

Em uma entrevista à imprensa em Brasília, após uma reunião com o ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, Andriukaitis citou que entre as medidas está o aumento nas verificações documentais e no controle físico, além de sugestões para que os 27 países membros da UE "inspecionem cada produto que entra em seu território".

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