Especial: Dados chineses oferecem mais sinais de estabilidade e espaço para reformas

2017-03-27 15:19:23丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 27 mar (Xinhua) -- Os últimos dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) mostram ímpeto sustentável na economia chinesa, permitindo que elaboradores de política concentrem-se em reformas.

Nos primeiros dois meses do ano, a produção industrial aumentou anualmente 6,3% e o investimento acelerou para 8,9%. Ambos superaram as expectativas do mercado.

O investimento do setor privado, que responde por mais de 60% do investimento total, acelerou de 3,2% em 2016 para 6,7% no mesmo período, o mais rápido crescimento em um ano.

O investimento imobiliário subiu inesperadamente 8,9% no período, uma alta ante os 3% no mesmo período de 2016, apesar de regulamentos mais estreitos para impedir a especulação e conter bolhas imobiliárias.

A inflação manteve leve crescimento de 1,7% e a taxa de desemprego permaneceu estável em janeiro e fevereiro.

No entanto, o crescimento das vendas no varejo, um importante indicador de gastos do consumidor, ficou inferior a 10% pela primeira vez em 11 anos devido à venda mais fraca de automóveis, que baixou anualmente 1% depois que o país elevou o imposto de compra sobre carros pequenos, de 5% para 7,5%.

A maioria dos indicadores é positiva e teve melhora, disse Sheng Laiyun, porta-voz do DNE, em uma entrevista coletiva, acrescentando também que o desenvolvimento nos primeiros dois meses deste ano colocou "uma boa base" para o país realizar sua meta do ano inteiro.

A China reduziu sua meta de crescimento de 2017 para cerca de 6,5%, a mais baixa em um quarto de século. A economia expandiu 6,7% em 2016, o crescimento mais desacelerado em 26 anos.

Os dados são os últimos de uma série de indicadores que apontou a estabilidade na segunda maior economia do mundo, incluindo a atividade fabril que ficou mais alta do que esperado, importações mais robustas, e a inflação ao produtor crescendo a ritmo mais rápido dos últimos nove anos, que estimularam rendimentos industriais.

Os dados mostram sinais de que a economia estava estabilizando e ganhando força, disse Deng Haiqing, chefe-economista da JZ Securities, acrescentando que o crescimento econômico atingiu um ponto de virada em uma trajetória em forma de L.

Apoiada pelo forte aumento de investimentos em ativos fixos e setor imobiliário, a economia da China pode crescer 6,8% ou mais no primeiro trimestre, disse Deng.

A Guotai Jun'an Securities tem uma opinião mais otimista e espera que o ímpeto da economia continue em março com a alta do PIB real atingindo 7% no primeiro trimestre e desacelere um pouco no segundo trimestre.

Os analistas disseram que a estabilidade permitiu que os elaboradores de política, que estavam lutando contra o declínio, se concentram em ganhos de longo prazo através de reformas abrangentes.

Li Wei, chefe do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho de Estado, disse que a economia se desenvolverá possivelmente de seu curso para baixo no seu crescimento em forma de L para um curso horizontal, porém isso não indicou o sucesso na reestruturação econômica

O progresso foi feito como a China tenta mudar sua economia em direção ao modelo de crescimento que obterá mais força de gastos de consumidor, inovação e serviços. Li disse que mais tem de ser feito para avançar na reforma estrutural no lado da oferta e no corte de capacidade excessiva de produção, de alavancagem, de estoques e melhorar ligações fracas.

Os esforços também serão feitos no controle de riscos pois o país prometeu construir uma "firewall" para defender-se de riscos financeiros, com a vigilância acentuada sobre ativos não rentáveis, não cumprimento de obrigações, setor bancário "paralelo" e finanças na internet, segundo um relatório de trabalho do governo deliberado na 5ª sessão anual da 12ª Assembleia Popular Nacional.

Apesar da maioria dos dados de fevereiro sugerir crescimento resiliente, os funcionários e analistas indicaram algumas potenciais áreas de preocupação.

Sheng alertou sobre fortes ventos contrários de incerteza crescente no ambiente externo, acrescentando que a base para a melhora econômica em casa precisa ser consolidada.

Tom Orlik, chefe-economista da Bloomberg na Ásia, aponto a debilidade em investimento no setor manufatureiro, que permaneceu moderado nos primeiros dois meses, registrando uma expansão de 4,3%, ante o salto de 27,3% no investimento em infraestrutura.

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