China e EUA podem evitar as armadilhas de Tucídides e Kindleberger

2017-03-21 10:39:15丨portuguese.xinhuanet.com

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O ministro chinês das Relações Exteriores Wang Yi pronuncia um discurso no Fórum de Desenvolvimento da China 2017 em Beijing, capital da China, em 20 de março de 2017. (Xinhua/Li Xin)

Beijing, 21 mar (Xinhua) -- A China e os Estados Unidos podem evitar as armadilhas de Tucídides e Kindleberger e traçar juntos as relações bilaterais desde uma perspectiva de longo prazo, disse na segunda-feira em Beijing o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.

"A China confia em evitar o precedente histórico através de diálogo e coordenação fortalecidos com a parte norte-americana", declarou Wang durante um discurso pronunciado em um almoço no Fórum de Desenvolvimento da China 2017.

Como os interesses das potências emergentes e das potências estabelecidas convergem-se em um mundo interconectado, os conflitos resultarão em nada mais do que uma situação de perde-perde, advertiu Wang.

A Armadilha de Tucídides se refere a uma advertência feita pelo historiador grego da Antiguidade de que uma guerra devastadora pode estourar se uma potência nascente gerar temor em uma já estabelecida.

Os dois países não cairão na Armadilha de Kindleberger, declarou Wang, porque um país sozinho não pode proporcionar todos os bens públicos a um mundo tão complexo e porque a cooperação internacional é a única opção possível.

Charles Kindleberger, arquiteto intelectual do Plano Marshall e depois professor no MIT, acredita que a década desastrosa dos 1930 foi causada porque os Estados Unidos substituíram o Reino Unido como a maior potência global mas não assumiram o papel britânico de fornecedor de bens públicos em nível global.

Wang elogiou as declarações do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, durante visita recente à China e disse que esta quer desenvolver as relações bilaterais desde uma perspectiva estratégica.

Tillerson declarou que os Estados Unidos e a China devem juntos traçar as relações bilaterais para os próximos 50 anos e planejar a cooperação integral.

Quanto à questão nuclear da Península Coreana, Wang disse que as soluções propostas pela China são realistas e razoáveis. Elas incluem o "enfoque de via paralela", que consiste na desnuclearização da península e substituição do armistício coreano com um acordo de paz, assim como a "proposta de dupla suspensão", ou seja, a suspensão por parte da República Popular Democrática da Coreia das atividades de mísseis e nucleares em troca de uma suspensão dos exercícios de grande escala EUA-Coreia do Sul.

"Essas soluções estão destinadas a retomar as conversações e rápidos resultados", disse Wang, que acrescentou que é necessário adotar uma atitude mais flexível e ser criativos para resolver o assunto.

Beijing está disposta a assumir as suas responsabilidades internacionais, mas não quer liderar o mundo, afirmou o chanceler chinês.

A China estabeleceu parcerias de diversos tipos com 97 países e organizações internacionais e, ressaltou Wang, vai continuar a expandi-las.

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