Iniciativa do Cinturão e Rota conduz globalização
Beijing, 15 mar (Xinhua) -- Chongqing, no sudoeste da China, não produz nenhum fertilizante de potássio por si mesmo, mas se tornará em um centro de vendas do produto graças às rotas ferroviárias ligando a cidade com a Europa.
"No fim de março, o primeiro trem carregando 500 toneladas de fertilizantes de potássio produzido no Cazaquistão vai chegar a Chongqing no seu retorno da Alemanha", disse a comissão de economia e tecnologia de informação da cidade.
A cidade planeja importar 3 milhões de toneladas de fertilizante do Cazaquistão todos os anos pela Ferrovia Chongqing-Xinjiang-Europa até 2020, para a distribuição doméstica e entrega ao Japão e Sudeste Asiático.
"A Iniciativa do Cinturão e Rota cria muitas oportunidades para a cooperação econômica e comercial bilateral", disse Zhang Jun, presidente da diretoria de uma empresa de potássio no Cazaquistão.
Chongqing teve 420 trens de carga para e da Europa no ano passado.
A cidade tem sido uma das regiões de nível provincial mais ativas para implementar a iniciativa proposta pela China destinada a construir uma rede de comércio e infraestrutura conectando a Ásia com a Europa e África ao longo das antigas rotas comerciais da Rota da Seda.
Desde 2013, a iniciativa cada vez mais influente tem impulsionado o comércio e investimento entre a China e os países ao longo das rotas e oferecido uma solução para as dificuldades econômicas globais.
As importações e exportações combinadas da China com os países ao longo do Cinturão e Rota superaram 6,3 trilhões de yuans (cerca de US$ 912 bilhões) em 2016, um aumento de 0,6% em relação a 2015, de acordo com o Ministério do Comércio da China.
As empresas chinesas ajudaram a construir 56 zonas de cooperação econômica e comercial em 20 países ao longo das rotas com um investimento combinado superando US$ 18,5 bilhões, gerando quase US$ 1,1 bilhão em receita fiscal e 180 mil empregos nos países.
Por exemplo, a Zona Econômica Especial Sihanoukville operada pela China no Camboja atraiu 102 empresas da China, Japão e Estados Unidos e Europa.
"A zona econômica serviu como uma plataforma para as empresas chinesas participarem do Cinturão e Rota", disse Zhou Haijiang, presidente do HoDo Group na Província de Jiangsu, no leste do país, incorporadora da zona de 5 quilômetros quadrados.
"As empresas chinesas foram para o exterior e impulsionaram o desenvolvimento local nos países ao longo do Cinturão e Rota em uma base de benefício mútuo", disse Liu Zhibiao, um assessor político nacional e professor de economia na Universidade de Nanjing.
"A Iniciativa do Cinturão e Rota se tornou o produto público internacional mais popular e uma plataforma para a cooperação internacional com melhores perspectivas no mundo", afirmou na quarta-feira o ministro chinês das Relações Exteriores Wang Yi à margem da sessão legislativa anual.
Mais de 20 chefes de estado e governo, mais de 50 líderes de organizações internacionais, mais de 100 funcionários de nível ministerial, assim como mais de 1,2 mil delegados de vários países e regiões vão participar do Fórum do Cinturão e Rota para a cooperação internacional em maio em Beijing.
"A Iniciativa do Cinturão e Rota se opõe ao protecionismo e isolacionismo de vistas estreitas", disse Sergei Luzyanin, diretor do Instituto de Estudos do Extremo Oriente sob a Academia Russa de Ciências. "Somente tínhamos a opção ocidental europeia-americana de integração e desenvolvimento econômico nos anos 1990, agora há uma nova opção partindo da China."