Chinesas que trabalham fora elogiam expansão das creches públicas
Beijing, 13 mar (Xinhua) -- As mães chinesas que trabalham fora estão satisfeitas com a proposta de oferecer creches públicas, feita durante as sessões anuais da legislatura nacional e do mais alto órgão consultivo político da China.
A proposta sugeriu apoio financeiro às creches públicas e defendeu o investimento privado no setor.
"Estou procurando uma creche para meu filho de dois anos porque a avó não está em boa saúde e não consegue tomar conta dele", disse Bi Huahua, que trabalha para uma empresa estrangeira em Beijing.
"Os jardins de infância públicos normalmente aceitam crianças com mais de três anos, mas não posso esperar mais um ano."
A falta de uma pessoa de confiança para tomar conta das crianças se tornou uma dor de cabeça para os pais que trabalham nas cidades grandes, como Beijing, Shanghai, Guangzhou e Shenzhen.
"Uma creche ajudará as mães que trabalham fora a equilibrar a vida delas, e realmente aguardo isso com expectativa", disse Nuannuanma, uma usuária da rede social WeChat.
"As creches ajudarão a reduzir as brigas com nossas sogras, porque muitas vezes não concordamos sobre o jeito de educar uma criança, e países desenvolvidos já têm esse serviço", disse o usuário lqsi no microblog Weibo.
No fim dos anos 70 a China implementou a política de filho único para deter o crescimento da população.
Por conta de uma sociedade envelhecida, desde 1º de janeiro de 2016 os casais podem ter duas crianças, depois de alívio da política de filho único em 2013, que permitiu aos casais com um filho ter um segundo se os pais não tivessem irmãos.
No entanto, 53,3% das famílias com um filho não querem ter outro, mostrou em dezembro uma pesquisa com 10 mil famílias com crianças menores de 15 anos realizada pela Federação Nacional de Mulheres da China.
A Comissão Nacional da Saúde e do Planejamento Familiar pesquisou o assunto em 2013 e 2015 e descobriu os três principais motivos para não ter um segundo filho: carreira profissional das mulheres; carência de serviços para crianças, principalmente bebês; e questões financeiras.
Para apoiar a política de dois filhos, a China prometeu 89 mil novos leitos em maternidades e mais 140 mil obstetras e parteiras em 2020.
"O governo está considerando reduzir o imposto para as famílias com duas crianças", disse o ministro das Finanças, Xiao Jie, em uma coletiva de imprensa durante as duas sessões.