Panchen Lama lamenta que budismo seja ameaçado por comercialização
Beijing, 12 mar (Xinhua) -- O 11º Panchen Lama Bainqen Erdini Qoigyijabu lamentou sábado que alguns templos e monges budistas estejam sendo corroídos pela comercialização e pediu aos seguidores que se comportem corretamente.
Ele fez as observações no Grande Palácio do Povo ao discursar para milhares que participaram da reunião plenária da quinta sessão do 12º Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o principal órgão de assessoria política do país.
O Panchen Lama, um membro do Comitê Permanente do Comitê Nacional da CCPPC, disse que, com a comercialização, alguns monges procuram dinheiro e poder em vez de defender a ética budista ou se concentrar nas buscas budistas.
"Alguns templos são tratados como máquinas de fazer lucro, ou centros comerciais; alguns monges falsos ou 'budas vivos' falsificados divulgam pregação ambígua para enganar dinheiro dos crentes", criticou.
O monge de de alto escalão de 27 anos de idade, também vice-presidente da Associação Budista da China, disse que embora esses fenômenos e pessoas não sejam tendência dominante, deixaram uma influência "extremamente ruim".
A imagem do budismo foi manchada, e os santuários religiosos puros e divinos, blasfemados.
O Panchen Lama disse que ele está preocupado sobre os esforços insuficientes em fomentar talento, pois alguns templos têm monges mas sem instrutores, têm manuscritos budistas mas sem ensino. Pregar é impossível sem uma boa equipe de instrutores budistas.
"Alguns templos estão ocupados em erguer estátuas do Buda, construir salões esplêndidos do templo. Mas eles esquecem a formação dos 'budas reais'."
O Panchen Lama também disse que a interpretação de doutrinas budistas luta para acompanhar as necessidades do tempo.
Ele disse que as doutrinas budistas devem ser interpretadas em modos compatíveis com a realidade e progresso social do país, de forma que a religião possa desempenhar seu papel positivo para avançar os desenvolvimentos sociais e econômicos
"Nós particularmente carecemos de esforços para encontrar teorias religiosas que vão ao encontro dos valores essenciais socialistas", comentou o Panchen Lama. "Nisto, nós fracassamos em atender às expectativas da maioria dos nossos seguidores."
O Panchen Lama ressaltou que sente "uma missão de nosso tempo" --ou seja, ser patriótico, amar a religião, e contribuir esforços para o rejuvenescimento da nação chinesa e o bem-estar do humano.
O Panchen Lama disse acreditar que, com esforços conjuntos de monges e seguidores budistas, o budismo pode ter seu papel em avançar o desenvolvimento da nação, incluindo promover o sentimento de identidade entre seguidores com a liderança do Partido Comunista da China, socialismo com características chinesas, e a nação chinesa.
Ele indicou que a religião pode mobilizar o público para defender voluntariamente a unidade nacional e a solidariedade étnica e participar ativamente dos desenvolvimentos sociais e econômicos do país, assim como impulsionar os padrões e ética morais do público.
O Panchen Lama, nascido com o nome secular Gyaincain Norbu em 1990, foi aprovado pelo governo central como a reencarnação do 10º Panchen Lama na idade de cinco anos, depois de uma cerimônia tradicional de seleção aleatória entre três candidatos, realizada no Templo de Jokhang em Lhasa.