China esclarece plano "Fabricado na China 2025" ante críticas do grupo comercial europeu
Beijing, 11 mar (Xinhua) -- O Ministério da Indústria e Informatização da China esclareceu com detalhes no sábado o plano "Fabricado na China 2025", dizendo que a acusação de um grupo comercial europeu de discriminar as companhias estrangeiras é um mal-entendido.
"A estratégia e suas políticas relacionadas se aplicam a todos os negócios na China, tanto os domésticos como os estrangeiros", assegurou o ministro chinês da Indústria e Informatização, Miao Wei, em uma coletiva de imprensa no marco da sessão parlamentar anual.
Os comentários foram feitos depois que um longo relatório da Câmara de Comércio da União Europeia na China declarou que o apoio da China à manufatura de alta tecnologia poderia piorar o tratamento para as empresas estrangeiras, enquanto permite que as empresas domésticas subsidiadas pelo governo compitam injustamente.
Segundo o documento, os fabricantes estrangeiros de veículos elétricos e outros artigos estão sendo pressionados para que entreguem sua tecnologia à China.
Miao rejeitou a acusação, dizendo que as políticas de entrada em setores como o de veículos de nova energia se dirigirão não só às empresas estrangeiras, mas também às nacionais.
A intenção destas políticas é prevenir que algumas companhias joguem sujo para obter subsídios do governo, em vez de obrigar as empresas estrangeiras a transferir a tecnologia para a China, explicou Miao.
Quanto à meta estabelecida de fixar uma participação no mercado para as marcas domésticas em alguns setores, Miao destacou que o governo não está "procurando deliberadamente" tal meta quando estava elaborando o plano.
A maioria das metas mencionadas pelo grupo europeu não está no plano governamental, mas é compilada em um livro verde emitido por um grupo de consulta de especialistas, e este grupo deixou claro desde o início que estes objetivos são predições e não obrigações, disse Miao
O último objetivo do plano "Fabricado na China 2025" é satisfazer a demanda doméstica por equipamentos e artigos industriais de qualidade superior, sendo que os países ocidentais ainda impõem proibições à exportação de alguns destes produtos para a China, acrescentou.
"Ao permitir que o mercado tenha seu papel decisivo no desenvolvimento econômico, o governo também desempenha um pepel de guia, que é uma prática internacional", indicou o ministro.
Com a finalidade de promover a manufatura doméstica, a União Europeia, os Estados Unidos e a Alemanha têm proposto planos semelhantes nos últimos anos, indicou Miao, expressando a esperança por mais intercâmbios e cooperação, tanto bilaterais como multilaterais, a este respeito.
A China anunciou o plano "Fabricado na China 2025" em maio de 2015, apresentando diversas tarefas para o setor de manufatura de alta tecnologia, entre elas o impulso à inovação, a promoção de marcas chinesas e a manufatura orientada pelos serviços.