Destaque: Muro na fronteira do México com os EUA pode afetar cotidiano das pessoas
Cidade do México, 23 fev (Xinhua) -- Uma boa noite de sono não ajuda mais Victor Navares a se recuperar completamente após um dia de trabalho, pois pode haver uma parede entre seu lar e seu trabalho.
Navares dirige duas horas da cidade mexicana de Ensenada atravessando a fronteira para trabalhar para uma empresa dos EUA.
"Se o presidente (Donald) Trump construir um muro na fronteira, pode haver um dia em que ele proíba todos os mexicanos de entrarem nos EUA," disse o designer mexicano à Xinhua.
A incerteza o assombra em particular quando ele passa pelo controle de fronteira dos EUA todos os dias da semana. Ele sente uma triagem mais rígida e, às vezes, tem que esperar até duas horas.
"Eu não tenho ideia se a política do Presidente Trump terá grandes mudanças em minha vida ou não," disse ele.
Trump, em 25 de janeiro, assinou uma ordem executiva para que uma "barreira física" seja construída ao longo da fronteira EUA-México, de cerca de 3.200 km.
"Nem todos os mexicanos cometeriam crimes, ele não pode resolver qualquer problema erguendo um muro, é muito mais importante ajudar mais pessoas em necessidade," disse Yami Ponce.
A menina de 17 anos vive na cidade fronteiriça de Tijuana, no México, e frequenta o colegial em San Diego, nos Estados Unidos. Seu sonho é estudar direito e fornecer ajuda legal para imigrantes.
"Só espero que o muro na fronteira não afete meus estudos e minha vida," disse ela.
Vincent, um vendedor do Walmart em El Centro, na Califórnia, disse: "Nada vai mudar. Já há barreiras finas ao longo da fronteira, agora eles substituíram com cercas mais fortes de metal. Mas as pessoas ainda atravessam a fronteira para comprar coisas ou para trabalhar. Eu não penso que um muro irá interrompê-las.”
Vincent, que só deu seu primeiro nome, migrou do México anos atrás. Ele disse que a maioria dos mexicanos que trabalham em El Centro, legalmente ou não, realmente não querem morar nos Estados Unidos. Eles só vêm para ganhar mais dinheiro para gastá-los de volta no México.
"Eles só fazem 4 dólares americanos por dia, mas aqui, eles fazem algumas vezes mais do que isso, um dia aqui equivale a uma semana de trabalho lá," disse ele à Xinhua.
Vincent disse que os empregadores americanos querem que os mexicanos fiquem porque os americanos não fariam o trabalho que estão fazendo, pelo salário que os mexicanos estão dispostos a receber.
No entanto, acredita-se que o muro na fronteira EUA-México é mais um símbolo. Empresários locais disseram que o "muro de impostos" que Trump tem ameaçado criar contra produtos mexicanos, importará mais. Este último pode derrubar a economia local, disseram.
