2016 é o terceiro ano consecutivo mais quente da Terra já registrado, segundo agências dos EUA

2017-01-20 16:57:14丨portuguese.xinhuanet.com

Pessoas se divertem com água em um parque em Paris, capital da França, em 26 de agosto de 2016. O tempo quente continuou em regiões do centro e norte da França com a temperatura mais alta atingindo 38 graus centígrados nesta semana. (Xinhua/Li Genxing)

Washington, 18 jan (Xinhua) -- A temperatura média mundial foi a mais quente no ano passado, marcando o terceiro ano consecutivo em que os registros de calor global foram quebrados, segundo relatos divulgados na quarta-feira por duas agências do governo dos EUA que reforçam a conclusão científica que nosso planeta está ficando mais quente.

Dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) mostraram que em 2016 a temperatura média em toda a superfície terrestre e oceânica foi de 1,69 graus Fahrenheit (0,94 Celsius) acima da média do século 20, que é de 57,9 graus Celsius.

"Este foi o maior entre todos os anos no registro de 1880-2016, superando o recorde anterior estabelecido no ano passado por 0,07 graus Fahrenheit (0,04 Celsius)," disse o relatório NOAA.

"Desde o início do século 21, o recorde anual de temperatura global foi quebrado cinco vezes (2005, 2010, 2014, 2015 e 2016)," disse.

Em uma análise separada dos dados da temperatura global, cientistas da agência espacial americana NASA também acharam 2016 o mais quente registrado.

Os anúncios da NOAA e da NASA são algo que se pode esperar, uma vez que os primeiros oito meses do ano tiveram temperaturas máximas recordes para seus respectivos meses.

Durante o mês final, a temperatura média da superfície terrestre e oceânica global combinada com dezembro foi a terceira maior registrada em qualquer mês do registro de 137 anos. Somente os dezembros de 2014 e 2015 foram mais quentes.

Em geral, o calor recorde foi observado em todo o mundo em 2016, incluindo o Extremo Oriente da Rússia, o Alasca, o Extremo Oeste do Canadá, uma faixa do leste dos Estados Unidos, grande parte da América Central e norte da América do Sul e do sul do Chile.

Grande parte da África oriental e ocidental, Sibéria central norte, partes do sul da Ásia, grande parte das nações insulares do sudeste da Ásia e Papua Nova Guiné, e partes da Austrália, principalmente ao longo das costas do norte e leste, também experimentaram altas temperaturas.

Nenhuma área de terra era mais fresca do que a média para o ano, segundo relatório da NOAA.

No mar, a extensão média anual estimada de gelo marinho no Ártico era de cerca de 10,15 milhões de quilômetros quadrados em 2016, a menor média anual registrada e continuando uma tendência de declínio observada nos últimos anos.

Na Antártida, a extensão anual do gelo marinho foi a segunda menor registrada, atrás de 1986, em 11,16 milhões de quilômetros quadrados. Ambas as extensões de novembro e dezembro de 2016 tiveram um pequeno aumento.

Mais acima da superfície da Terra, análises separadas, obtidas a partir de observações de balões meteorológicos e a meteorologia, descobriram que 2016 foi o ano mais quente registrado para a troposfera mais baixa do planeta, o que representa aproximadamente os oito quilômetros mais baixos da atmosfera e a sua troposfera média, entre cerca de três a 10 quilômetros acima da superfície.

As análises de satélite mostraram que 2016 foi o mais fresco em um registro de 38 anos para a estratosfera mais baixa, a camada da atmosfera entre aproximadamente 13.5 e 21 quilômetros acima da superfície.

Os relatórios da NOAA e da NASA chegaram apenas dois dias antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que considerou a mudança climática uma "armadilha" e ameaçou retirar os EUA do Acordo de Paris que entrou em vigor no ano passado.

Especialmente, um conselheiro sênior de Trump teria dito que o novo governo quer eliminar todas as pesquisas sobre mudanças climáticas feitas pela NASA como parte de seus esforços para reprimir a chamada "ciência politizada."

010020071380000000000000011100001360000671