2016 é o terceiro ano consecutivo mais quente da Terra já registrado, segundo agências dos EUA
Pessoas se divertem com água em um parque em Paris, capital da França, em 26 de agosto de 2016. O tempo quente continuou em regiões do centro e norte da França com a temperatura mais alta atingindo 38 graus centígrados nesta semana. (Xinhua/Li Genxing)
Washington, 18 jan (Xinhua) -- A temperatura média mundial foi a mais quente no ano passado, marcando o terceiro ano consecutivo em que os registros de calor global foram quebrados, segundo relatos divulgados na quarta-feira por duas agências do governo dos EUA que reforçam a conclusão científica que nosso planeta está ficando mais quente.
Dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) mostraram que em 2016 a temperatura média em toda a superfície terrestre e oceânica foi de 1,69 graus Fahrenheit (0,94 Celsius) acima da média do século 20, que é de 57,9 graus Celsius.
"Este foi o maior entre todos os anos no registro de 1880-2016, superando o recorde anterior estabelecido no ano passado por 0,07 graus Fahrenheit (0,04 Celsius)," disse o relatório NOAA.
"Desde o início do século 21, o recorde anual de temperatura global foi quebrado cinco vezes (2005, 2010, 2014, 2015 e 2016)," disse.
Em uma análise separada dos dados da temperatura global, cientistas da agência espacial americana NASA também acharam 2016 o mais quente registrado.
Os anúncios da NOAA e da NASA são algo que se pode esperar, uma vez que os primeiros oito meses do ano tiveram temperaturas máximas recordes para seus respectivos meses.
Durante o mês final, a temperatura média da superfície terrestre e oceânica global combinada com dezembro foi a terceira maior registrada em qualquer mês do registro de 137 anos. Somente os dezembros de 2014 e 2015 foram mais quentes.
Em geral, o calor recorde foi observado em todo o mundo em 2016, incluindo o Extremo Oriente da Rússia, o Alasca, o Extremo Oeste do Canadá, uma faixa do leste dos Estados Unidos, grande parte da América Central e norte da América do Sul e do sul do Chile.
Grande parte da África oriental e ocidental, Sibéria central norte, partes do sul da Ásia, grande parte das nações insulares do sudeste da Ásia e Papua Nova Guiné, e partes da Austrália, principalmente ao longo das costas do norte e leste, também experimentaram altas temperaturas.
Nenhuma área de terra era mais fresca do que a média para o ano, segundo relatório da NOAA.
No mar, a extensão média anual estimada de gelo marinho no Ártico era de cerca de 10,15 milhões de quilômetros quadrados em 2016, a menor média anual registrada e continuando uma tendência de declínio observada nos últimos anos.
Na Antártida, a extensão anual do gelo marinho foi a segunda menor registrada, atrás de 1986, em 11,16 milhões de quilômetros quadrados. Ambas as extensões de novembro e dezembro de 2016 tiveram um pequeno aumento.
Mais acima da superfície da Terra, análises separadas, obtidas a partir de observações de balões meteorológicos e a meteorologia, descobriram que 2016 foi o ano mais quente registrado para a troposfera mais baixa do planeta, o que representa aproximadamente os oito quilômetros mais baixos da atmosfera e a sua troposfera média, entre cerca de três a 10 quilômetros acima da superfície.
As análises de satélite mostraram que 2016 foi o mais fresco em um registro de 38 anos para a estratosfera mais baixa, a camada da atmosfera entre aproximadamente 13.5 e 21 quilômetros acima da superfície.
Os relatórios da NOAA e da NASA chegaram apenas dois dias antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que considerou a mudança climática uma "armadilha" e ameaçou retirar os EUA do Acordo de Paris que entrou em vigor no ano passado.
Especialmente, um conselheiro sênior de Trump teria dito que o novo governo quer eliminar todas as pesquisas sobre mudanças climáticas feitas pela NASA como parte de seus esforços para reprimir a chamada "ciência politizada."