Comentário: a globalização econômica em um momento crucial
Por Qu Junya e Zhu Junqing
Beijing, 16 jan (Xinhua) -- Como a globalização econômica parece ter chegado a uma encruzilhada, onde uma próxima decisão a ser tomada pelos grandes jogadores levará a um novo mundo ou a um beco sem saída, discernimento e capacidade de olhar adiante são essenciais para o futuro do mundo em um momento tão crucial.
É um momento em que o protecionismo, o populismo e o isolacionismo estão em ascensão em países especialmente desenvolvidos, acompanhados por uma tendência de antiglobalização, anti-livre comércio, votos anti-establishment e divisão social doméstica.
Nesse momento, o protecionismo, o populismo e o isolacionismo encontraram os pontos econômicos e políticos, incluindo o comércio e o investimento transfronteiriços em depressão, bem como as barreiras ao comércio, as dificuldades de integração regional e as duras políticas de imigração.
Esses aspectos surgiram onde há crises econômicas. A economia lenta diminuiu o interesse para compartilhar, atingindo particularmente grupos sociais como os colarinhos azuis.
Além disso, foram deliberadamente utilizados por algumas forças políticas para contornar as dores das verdadeiras realidades e reformas necessárias, tentando fazer da globalização um bode expiatório para defeitos expostos na estrutura econômica e governança.
Chegaram em um momento em que a última etapa da revolução tecnológica e industrial e os antigos padrões econômicos e de desenvolvimento haviam esgotado seus combustíveis para o crescimento, ficando aquém de permitir um equilíbrio no desenvolvimento e na distribuição de benefícios.
Na verdade, até agora tem sido um desafio encontrar um equilíbrio no processo de globalização. No entanto, esta falha não deve significar um fim.
Apenas pede ideias e ações para melhorar as coisas. O processo de globalização tem até agora trabalhado para tirar milhões de pessoas da pobreza em todo o mundo.
O descontentamento existente sobre a globalização reflete a existência de problemas em como gerenciar e controlar o processo de globalização, em vez da própria globalização, de acordo com o economista americano e ganhador do prêmio Nobel Joseph Stiglitz.
A globalização veio como uma escolha histórica e uma solução razoável para os avanços na produtividade social e na tecnologia. Impulsionada por novos resultados científicos e tecnológicos, tem levado a transferências industriais e agrupamentos de recursos em todo o mundo, sob a forma de comércio globalizado e investimento por empresas transnacionais.
Para além da nova etapa de revolução tecnológica e industrial, as transformações tanto no sistema internacional de divisão do trabalho como na cadeia de valor global estão inaugurando uma nova fase da globalização econômica.
O cenário mundial, que conta com cerca de 900 milhões de usuários de mídia social e cerca de 360 milhões de participantes do comércio eletrônico transfronteiriço, com um aumento no movimento de pessoal transfronteiriço que ultrapassa o da população global, está entre os primeiros sinais.
O fluxo de informações transfronteiriças, atualmente 46 vezes maior do que em 2005, como mostrado por um relatório do Mckinsey Global Institute em fevereiro passado, significa uma gigantesca troca de commodities, serviços, capital e pessoal.
Mais do que isso, implica um limiar mais baixo para a adesão à globalização por pequenas empresas, start-ups e indivíduos.
Ao transformar o mundo em um lugar profundamente interdependente, a globalização também reformulou grande parte do pensamento do mundo. Muitas questões e suas soluções em partes do mundo não podem mais ser fechadas ao resto do mundo, pois fatores econômicos e políticos se interconectaram e problemas nacionais e internacionais se sobrepõe de uma maneira sem precedentes.
Para onde ir neste momento crucial da globalização econômica será discutido na reunião anual de 2017 do Fórum Econômico Mundial (WEF), que será aberto no dia 17 de janeiro, em Davos, na Suíça. Grandes expectativas estão sendo focadas no presidente chinês Xi Jinping e nas propostas que ele fará.
As reformas de décadas e a abertura para o mundo exterior representam um curso bem-sucedido de integração na economia global, à medida que o país se beneficia do processo de globalização.