Conselheiros políticos do Tibet juntam forças por proteção ambiental

2017-01-12 10:33:38丨portuguese.xinhuanet.com

Lhasa, 12 jan (Xinhua) -- A bióloga Tu Yanli acredita ser alarmante a queda acentuada no número de peixes no Rio Lhasa, perto do qual ela mora.

Ela chefia o instituto de biologia de planalto da Região Autônoma do Tibet, no sudoeste da China, e já esteve à frente de vários projetos sobre o impacto das espécies não nativas na água e terra, principalmente animais de cativeiro soltos em rituais religiosos.

"Moro em Lhasa há 22 anos. Na década de 1990, não havia nenhum peixe de fora nos rios daqui, mas pelo menos dez tipos não nativos foram capturados nos últimos anos."

"Soltar animais de cativeiro é um ato benevolente, mas as espécies não nativas representam um grave risco para o ecossistema local", acrescentou.

A pesquisa de Tu mostrou que o curso inferior do Rio Lhasa vem sofrendo grande impacto com os peixes invasores.

"Há mais dojôs e carpas do que nunca no Rio Lhasa. Também encontramos rãs-touro no pântano de Lali, o que pode representar uma ameaça às rãs nativas e outros anfíbios."

A urgência no assunto de biodiversidade fez Tu escrever uma proposta, na capacidade de conselheira política, e pedir ação do governo.

A proposta ganhou força ao ser votada como uma das dez mais importantes do ano passado. Um vice-presidente de comitê foi encarregado de coordenar as soluções para as propostas prioritárias, que se referem, por exemplo, à segurança da água potável e ao desenvolvimento de universidades no Tibet.

"Todos os anos nós escolhemos pelo menos dez propostas, as de maior peso, para abordar", disse Padma Namgyel, vice-presidente do comitê, durante a atual conferência deste ano, que foi inaugurada no último fim de semana e vai até 14 de janeiro.

O Tibet tem cerca de 500 conselheiros políticos, que fizeram 489 propostas no ano passado.

Namgyel disse que quase metade das propostas foi abordada e que as restantes estavam em análise.

"Um vice-presidente de comitê fica cuida das propostas, convocando reuniões, supervisionando o progresso e pedindo aos corpos do governo que deem seguimento às matérias."

Li Jiacheng, que trabalha no departamento tibetano de proteção ambiental, disse que a proposta meticulosa de Tu atraiu grande atenção.

Ele contou à Xinhua que o departamento vai considerar certas áreas para a libertação de espécies de cativeiro e preparar um manual sobre essas atividades.

"O departamento regional de pesca provavelmente vai prover filhotes de peixe para soltura."

No ano passado, os conselheiros políticos tibetanos fizeram 41 propostas ambientais, cerca de 9% de todas as apresentadas.

"Eles estão claramente mais focados em assuntos ambientais do que nunca. Estou feliz por as sugestões deles fazerem a diferença."

Em outra proposta, 16 conselheiros pediram pela proibição total de carvão no Tibet.

A comissão regional de reforma e desenvolvimento prometeu fechar gradualmente as caldeiras a carvão e banir o uso desse combustível nos novos projetos industriais. Ela está estudando políticas para subsidiar a substituição do carvão, segundo Namgyel.

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