Entrevista: Espírito pioneiro molda relações entre a China e a Suíça, diz embaixador da Suíça
Por Xinhua Escritor Wang Zhuolun
O embaixador da Suíça na China, Jean-Jacques de Dardel, disse em entrevista exclusiva à Xinhua, que o espírito pioneiro sempre moldou e orientará ainda mais os laços entre a Suíça e a China.
O presidente chinês Xi Jinping realizará uma visita de Estado à Suíça entre 15 a 18 de janeiro, participando de atividades como a 47ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, anunciou o Ministério das Relações Exteriores.
Os dois países estabeleceram uma parceria estratégica inovadora durante a visita de Estado do então presidente suíço Johann Schneider-Ammann à China em abril de 2016.
"Esta nova parceria não é surpreendente e é certamente racional", disse Dardel.
A inovação é uma prioridade entre os cinco conceitos de desenvolvimento descritos no décimo terceiro plano quinquenal da China (2016-2020), sendo que os outros quatro são: coordenação, desenvolvimento verde, abertura e compartilhamento.
"Obviamente, com a China empenhada em promover a inovação, sendo a Suíça campeã nesta área, faz sentido se referir à inovação para enriquecer o conteúdo das relações bilaterais," disse de Dardel.
De Dardel afirmou que a Suíça foi um dos primeiros países ocidentais a estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China, e que foi o primeiro grupo de países europeus a reconhecer o status de mercado da economia chinesa. A primeira joint venture industrial que a China realizou foi com a Suíça.
"Todos estes fatores constituem a base da nossa confiança mútua," disse ele.
De Dardel destacou a importância de alinhar o "Industry 4.0" da Suíça com o "Made in China 2025" para melhorar a parceria estratégica bilateral inovadora.
De Dardel observou que as duas estratégias compartilham os mesmos objetivos de melhorar a produção, abandonar o obsoleto, e avançar a trilha tecnológica para alcançar um desenvolvimento mais sustentável.
Parabenizando o enorme progresso que a China conseguiu durante os últimos 30 anos, Dardel disse que Suíça abraça a cooperação com a China, a segunda maior economia do mundo, que está empenhada em aprofundar a reforma.
De Dardel expressou sua apreciação que, no processo de transformação, a economia chinesa está se afastando da produção irracional e indo em direção a produtos e serviços de alta qualidade.
A Suíça, ao considerar a melhoria e transformação da economia chinesa, decidiu que isso justificava o status de economia de mercado, disse Dardel, acrescentando que espera que por meio de ajustes, a economia de mercado da China se torne mais madura.
"Acreditamos que a inclusão é sempre melhor do que a exclusão", enfatizou ele.
Apesar do lento crescimento econômico mundial, Dardel disse estar "muito impressionado" com o crescimento do PIB da China, que ainda cresce bem acima de 6% ao ano, acrescentando que o país é cada vez mais visto como um modelo para o mundo em desenvolvimento.
"A contribuição da economia chinesa para a globalização é mais do que enorme, porque a China ainda está fortalecendo sua abertura," acrescentou.
Como um defensor dedicado do multilateralismo, a China está a caminho de desempenhar um papel maior na governança econômica global, disse Dardel, listando exemplos como a Cúpula do G20, a Iniciativa ‘Belt and Road’ e a operação do Banco de Investimento em Infraestrutura da Ásia.
De Dardel disse que os dois países estão sempre prontos para abrir novos caminhos.
Xi Jinping será o primeiro presidente chinês a participar da reunião anual do Fórum Econômico Mundial. De Dardel disse que a presença de Xi demonstrará a atitude proativa da China para a governança internacional e para melhorar a economia mundial.
"Eu vejo isso como um sinal positivo do que a China se tornou," disse de Dardel.