Quais serão os destaques da diplomacia da China em 2017?

2017-01-04 16:48:19丨portuguese.xinhuanet.com

Por Yang Yijun e Wang Zhuolun

Beijing, 2 jan (Xinhua) -- Quais serão os destaques da diplomacia da China em 2017?

Com a chegada de 2017, em todo o mundo a paz e o desenvolvimento continuam a ser o tema dos tempos. Confrontado com a constante mudança do cenário internacional, quais serão os destaques que merecem atenção da diplomacia chinesa no presente ano?

1. Quais serão os eventos importantes da diplomacia dos quais a China será anfitriã?

Em 2017, A China realizará dois eventos de diplomacia como anfritriã: o Fórum Internacional de Cooperação da Iniciativa do “Cinturão e Rota” e o novo encontro de Líderes do BRICS.

Embora ainda não tenha publicado os detalhes sobre o primeiro Fórum Internacional de Cooperação da Iniciativa do “Cinturão e Rota”, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou que este evento será o destaque da diplomacia da China como anfritriã em 2017.

Desde quando a Iniciativa do “Cinturão e Rota” foi anunciada, a mais três anos atrás, mais de 100 países e organizações internacionais têm participado e apoiado ativamente. Algumas pessoas envolvidas pensam que isso indica a grande importância e tamanho do empreendimento.

A iniciativa do “Cinturão e Rota”, anunciada no outono de 2013, é uma medida importante de abertura compreensiva implementada pela China sob novas condições históricas. Também é um produto público da promoção da prosperidade e desenvolvimento do mundo fornecido pela China. Além de obter uma ampla participação e apoio das partes envolvidas, as instituições financeiras inovadoras foram fundadas e já entraram em operação, tais como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e o Fundo da Rota da Seda, além disso, um grande número de programas de "colheita antecipada" também foram implementados com sucesso.

A construção da iniciativa do “Cinturão e Rota” estabelece um importante laço entre o futuro e o passado. O vice-presidente executivo do Instituto de Estudos Internacionais da China, Ruan Zongze afirmou que o Fórum é uma oportunidade para fazer resumo, avaliação e planejamento periódico em termos da construção da Iniciativa do “Cinturão e Rota”, além disso, também é uma plataforma favorável de aprofundamento da confiança e cooperação mútua e promoção dos projetos.

Também é importante notar que, em setembro, a China sediará o nono encontro de Líderes do BRICS em Xiamen. Ao longo dos últimos 10 anos, a contribuição para o crescimento econômico mundial dos países do BRICS já ultrapassou 50%. Entretanto, sob a atual situação econômica mundial, o crescimento econômico dos países do BRICS também está enfrentando alguns desafios sérios.

O professor da Universidade de Relações Exteriores da China, Gao Fei, afirmou que o foco da organização no encontro sediado pela China é aumentar a confiança dos países do BRICS em um ambiente complexo em busca de resposta comum. Isso faz com que os países do BRICS continuem a desempenhar um papel de "lídeesr" nos mercados dos países emergentes e países em desenvolvimento. 

2. Como serão as relações sino-americanas?

Hoje em dia, talvez não exista nenhuma relação bilateral que possa afetar os nervos da comunidade internacional além das relações sino-americanas. O ano de 2017 será um ano crucial para as relações entre China e os EUA.

Em 20 de janeiro, Trump se tornará oficialmente presidente dos EUA, e o reinado de Obama terá fim, iniciando o governo do novo líder. Os especialistas consideram que haverá uma coexistência de “incerteza” e “certeza” entre as relações sino-americanas nesse ano.

Ruan Zongze acredita que, atualmente, a máxima variável nas relações sino-americanas consiste em que tipo de política Trump adotará para a China. "A probabilidade de oscilações a um curto prazo é maior do que a de transição suave."

Todavia, ele também acha que não haverá conflito nem confronto completo nas relações sino-americanas uma vez que existem “certezas” nas “incertezas”.

O diretor do Centro de Globalização da China, Wang Huiyao, disse que a China e os EUA já formaram um padrão de “você tem a mim, e eu tenho você”, ao mesmo tempo, de modo que cada vez mais ambos presenciam frequentes viagens, estudos no exterior e outros intercâmbios não-governamentais, estabelecendo uma base sólida da opinião pública em termos de amizade entre a China e os EUA. Além do mais, o mundo necessita da liderança da cooperação entre dois países a fim de enfrentar uma série de desafios globais.

"os interesses comuns são muito maiores do que as diferenças.", disse Wang Huiyao, "Caso segure e responda bem, será possível transformar desafios em oportunidades."

Após a eleição de Trump, a parte chinesa já deixou claro que a cooperação entre a China e os EUA é uma única escolha correta. Nesse sentido, o economista chefe do Centro de Trocas Econômicas Internacionais da China, Chen Wenling, ressaltou que Trump deve realizar uma mudança de postura de "empresário" para " líder ", passando de "novato político" para "líder político". Em outras palavras, o governo dos EUA deve reconhecer plenamente que a cooperação sino-americana trará benefícios significativos para seu país, de modo que estabeleça uma política prudente em relação à China.

3. Como é a atualização da proposta chinesa no âmbito da governaça global?

A governança global continua a ser uma palavra-chave da diplomacia da China em 2017.

Recentemente, quando se diz que a China irá aprofundar a participação em termos da governança global em 2017, Wang Yi refere-se aos assuntos do Fórum Econômico Mundial, G-20, APEC, Organização para Cooperação de Xangai e outras plataformas. Os especialistas acreditam que deve ser dada atenção particular às reuniões relacionadas.

Em setembro de 2016, a China sediou a Cúpula do G-20 em Hangzhou, na China, e ressaltou a "prescrição chinesa” para a raiz dos problemas da restrição do crescimento da economia mundial, interpretando plenamente a perspectiva da governança econômica global da China pela primeira vez.

Em julho de 2017, a Cúpula do G-20 acontecerá em Hamburgo, na Alemanha. Nesse sentido, a inovação, as reformas estruturais, a estabilidade, o crescimento da economia mundial e a cooperação internacional para enfrentar a mudança climática serão alguns dos temas discutidos durante o período de presidência da Alemanha do G20.

A pesquisadora do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, Chen Fengying, afirmou que questões identificadas pela Alemanha poderão ser baseadas na Cúpula do G-20 de Hangzhou, havendo uma boa continuidade. A China é um membro de "troika" e continuará a focar na implementação dos resultados da Cúpula de Hangzhou, além de reforçar a cooperação com a Alemanha a fim de garantir que as questões que causam preocupação à parte chinesa possam ser avançadas progressivamente. Ao mesmo tempo, também se nota que a saída da Grã-Bretanha da UE, as eleições da Alemanha, França e Itália, etc., serão os assuntos políticos da Europa que terão influências para a Cúpula de Hamburgo.

Além disso, em termos de "globalização inversa", protecionismo e fragmentação da cooperação regional e outros problemas, na reunião da APEC em Lima, realizada em novembro de 2016 e nas outras ocasiões importantes, a China já deixou claro a sua posição. Segundo a previsão de Chen Fengying, em 2017, a China irá interpretar mais opiniões e levantar uma proposta própria através de várias plataformas multilaterais, emitindo assim a voz chinesa forte em termos da governança econômica global.

A Organização das Nações Unidas, que tem mais de 70 anos de história, congratulou-se com o novo secretário português António Guterres no primeiro dia do ano novo. A parte chinesa afirmou que, no processo de participação na governança global, a China vai continuar a desempenhar o seu bom papel na ONU, da mesma forma que faz bom uso do Fundo de Desenvolvimento da ONU, consolidando o papel central da ONU em termos dos assuntos de paz e segurança mundiais.

"A China participa positivamente na governança global por um lado e assume responsabilidade internacional ativamente por outro lado. Isso também é uma escolha necessária na presente fase de desenvolvimento para salvaguardar os seus próprios interesses", disse Ruan Zongze. A China vai fazer os seus melhores alcances, e continuar a promover a mudança do sistema de governança global.

4. Como as situações em torno da China irão evoluir?

Em 2017, a diplomacia da China vai continuar a focar nas regiões em torno do país, de modo que salvaguarde a soberania nacional e os interesses de segurança, tendo um ambiente externo favorável para o desenvolvimento interno. Entretanto, a maior preocupação ainda consiste em problemas do Mar do Sul da China e Nordeste da Ásia.

"Em termos da questão do Mar do Sul da China, talvez tenhamos mais pequenos conflitos, dado que a disputa não é recente e também não é possível resolver do dia para a noite, mas é difícil ter uma grande tempestade." Gao Fei afirmou que as mudanças da situação do ano passado, designadamente, a nova alteração das relações sino-filipinas, fazem com que muitos especialistas estrangeiros fora da região reconheçam diálogo pacífico como a única solução correta.

Gao Fei disse que a China adere ao conceito de "Cordialidade, Honestidade, Reciprocidade eTolerância" para tratar dos assuntos diplomáticos periféricos, enquanto o "Pensamento de dois trilhos" em relação à questão do Mar do Sul da China está sendo reconhecido por cada vez mais países. Resolver a disputa pelas partes diretamente através do diálogo e da negociação salvaguardará a paz e a estabilidade no Mar do Sul como nos países da ASEAN.

Sobre o nordeste asiático, existem muitas incertezas em relação à Península Coreana. Espera-se que a questão nuclear norte-coreana entre partes continue. A instabilidade da situação política doméstica da Coreia do Sul acarreta variáveis regionais.

Wang Yi apresentou a posição da China em termos da questão da Península Coreana: continuará a tomar a posição da desnuclearização da Península Coreana, promoverá o diálogo e negociação para resolver, não mudar a determinação da oposição da implantação do sistema anti-míssil THAAD na península, resolutamente, salvaguardar a paz e a tranquilidade ao redor da nossa casa.

Gao Fei afirmou que a posição da China é firma e clara, as partes envolvidas deverão ter uma compreensão abrangente e precisa, para que tomam medidas concretas para criar condições favoráveis para melhorar a situação regional.

5. Como vai ser a disposição da diplomacia chinesa após o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China?

Na segunda metade de 2017, o Partido Comunista da China realizará o 19º Congresso Nacional. Estudiosos afirmaram que o 19º Congresso Nacional irá concluir realizações e experiências da diplomacia da China após o 18º Congresso Nacional, enriquecer o sistema diplomático de grande potência com características chinesas, e implementar a diplomacia da China no próximo período.

O conceito de desenvolvimento justo, aberto, abrangente e inovador; o conceito de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável; o conceito de aprofundamento da cooperação entre Ásia e África, de expansão da cooperação Sul-Sul e da promoção da cooperação do núcleo de Norte-Sul; o conceito de governaça global de negociação, construção e compartilhamento conjunto; o conceito da ordem internacional de ganha-ganha; o conceito correto de justiça e benefício, uma vez que a justiça e benefício são combatíveis mas a justiça é a prevalência. Recentemente, Wang Yi referiu-se a uma série de realizações teóricas inovadoras da diplomacia da China desde o 18º Congresso Nacional.

Na mensagem de Ano Novo de 2016, o presidente Xi Jinping proferiu que “ Nós temos apenas um Planeta, um lar comum de todos os povos”. “Espero, com toda sinceridade, que a comunidade internacional se dedique juntamente por mais paz e maior cooperação, transforme os confrontos em colaborações, e torne as armas em jades e sedas, construindo assim uma comunidade de destino de toda a humanidade.”

O consultor sênior do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, Cui Liru, considerou que após o 18º Congresso Nacional, a diplomacia da China tem inovado em sucessão e desenvolvido em inovação. Ele propôs uma série de conceitos diplomáticos importantes e conceitos políticos em termos da construção de novas relações internacionais focadas em cooperação de ganha-ganha, construção da comunidade de destino da humanidade, etc,. Esses conceitos já se tornaram a bandeira da diplomacia da China.

"A diplomacia chinesa formou um estilo único.", disse Gao Fei, nos últimos anos, a diplomacia chinesa tem insistido no caminho do desenvolvimento pacífico, aderido a promoção da cooperação de ganha-ganha, ao mesmo tempo, prestadp mais atenção ao planejamento pro-átivo e desempenho positivo. Sob o contexto de mudanças e ajustes da situação internacional, a China levanta bem alto a bandeira da comunidade do destino da humanidade, toma iniciativa no tempo oportuno, age segundo situação objetiva, de modo que faça a sua maior contribuição para a humanidade.

“Depois do 18º Congresso Nacional, a característica mais marcante da diplomacia da China é seguir em frente”, afirmou Ruan Zongze. " No futuro, a diplomacia da China vai continuar a seguir este caminho.”

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