Especial fim de ano Xinhua: Presidente Xi impulsiona reformas produtivas em 2016
Pelos jornalistas da Xinhua Li Laifang e Yang Hongtao
Guiyang/Beijing, 27 dez (Xinhua) -- Aqueles dias se foram para nunca mais voltar. Wang Laogu e sua família, da província sudoeste de Guizhou, suportaram invernos rigorosos em um casebre miserável sem o suficiente para comer.
Wang e seus vizinhos mudaram-se para novos apartamentos a 130 km da vila de Pingmang em março. Eles pagaram muito pouco por suas novas casas, que foram financiadas pelo governo e receberam doações corporativas.
Devido à sua produção de grãos extremamente baixa e às péssimas condições das estradas, 90% das pessoas de Pingmang viviam em circunstâncias terríveis, com menos de 2.000 yuans (288 dólares dos EUA) por ano.
Agora Wang tem um trabalho de jardinagem e sua esposa trabalha em uma pequena fábrica de roupas.
Abordar a pobreza é a principal prioridade do presidente Xi Jinping, com o prazo de apenas quatro anos para realizar o sonho de "Xiaokang" - uma sociedade moderadamente próspera.
A montanhosa Guizhou é uma das áreas mais pobres da China, com quase 5 milhões de pessoas que vivem na pobreza. Muitos deles vivem onde nenhuma quantidade de gastos faria muita diferença para suas vidas. Nesses casos, a emigração é a única opção viável.
Este ano foi o primeiro ano do décimo terceiro plano quinquenal da China para o desenvolvimento econômico e social, um plano que prevê a erradicação da pobreza como seu objetivo central.
Na semana passada, Liu Yongfu, chefe do Conselho de Estado para o alívio da pobreza, declarou que, com gastos sem precedentes do governo, os rendimentos de 10 milhões de pessoas, o objetivo deste ano, foram aumentados para níveis aceitáveis.
REFORMAS ESTRUTURAIS FAZEM PROGRESSOS
Além do alívio da pobreza, Xi tem pressionado a reforma em várias frentes com sólidos progressos em 2016, que vão desde a reestruturação econômica doméstica até o estado de direito.
O produto interno bruto da China cresceu 6,7% nos três primeiros trimestres, dentro da meta do governo de 6,5 a 7%, e indo contra a previsão de "forte desaceleração" feita por alguns céticos.
A reforma estrutural do lado da oferta, apresentada por Xi no final de 2015, com um corte do excesso de capacidade no topo de cinco principais objetivos, produziu resultados.
As metas de cortar 45 milhões de toneladas de ferro e 250 milhões de toneladas da capacidade de produção de aço foram além da meta estabelecida.
"A redução de capacidade não é uma simples subtração da quantidade, mas uma adição de produtos de alto valor agregado", disse Yu Yong, presidente da Hesteel Group, a maior empresa siderúrgica da província de Hebei, principal produtor de ferro e aço da China. Sua empresa cortou mais de 3 milhões de toneladas de capacidade este ano. Nos primeiros dez meses, a produção de aço bruto caiu 6%, mas as vendas de produtos de alto valor mais do que dobraram.
O Grupo de Coordenação Central para o Aprofundamento da Reforma Geral, do qual Xi é o líder, se reuniu 11 vezes este ano, trabalhando para resolver questões de meio ambiente, pobreza, empresas estatais, entre outros.
A aprovação administrativa mais fácil, as reduções de impostos e as zonas de livre comércio levaram a um número sem precedentes de novas empresas que foram fundadas em todas as partes do país.
ESTADO DE DIREITO E ANTI-CORRUPÇÃO
Nie Shubin foi executado em 1995, aos 21 anos, por assassinato e estupro. Em 2 de dezembro, o Supremo Tribunal Popular o absolveu, afirmando que sua condenação, baseada em evidências insuficientes e fatos não claros, era insegura.
"Eu sabia que meu filho era inocente, ele nunca poderia ter feito esse tipo de coisa", disse Zhang Huanzhi, mãe de Nie, 72 anos, que lutou por 21 anos para provar a inocência de seu filho.
"Os erros devem ser consertados", disse ela.
Em 2016, os tribunais chineses colocaram mais de 40 altos funcionários, "tigres", em julgamento. Foi um ano importante em uma luta cada vez mais institucionalizada contra a corrupção, disse Ma Changshan, da Universidade de Ciência Política e Direito da China Oriental.
A anti-corrupção caracterizou fortemente a sexta sessão plenária do 18º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), que identificou Xi como o centro do Comitê Central do PCC e aprovou novos esforços para fortalecer a governança do Partido.
As novas regras e reformas na prevenção da corrupção e punição irão melhorar o CPC na governança do Estado, disse Ma.
PARTICIPANTE ATIVO NA GOVERNANÇA GLOBAL
A China foi um dos participantes mais ativos na governança global este ano, com líderes que visitaram diferentes continentes e com a organização da Cúpula do G20 em setembro em Hangzhou. O Banco Asiático de Investimento de Infra-Estrutura (AIIB) foi fundado e a Iniciativa do Cinturão e Rota continuou a ganhar apoio.
"Nos últimos dois anos, a China claramente indicou seu interesse e engajamento no mecanismo de governança global e assumiu um papel de liderança no desenvolvimento global", disse Agi Veres, diretor do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
A China está desempenhando um papel mais proeminente na globalização, segundo Xue Li, pesquisador do Instituto de Economia Mundial e Política da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
