Destaque: Reunião da APEC no Peru irá focar nas áreas de livre comércio regional e conectividade
Lima, 18 nov (Xinhua) -- A próxima reunião dos Líderes das Economias da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) espera focar no estabelecimento de uma área de livre-comércio na região, e também no projeto apresentado pela China da Iniciativa do Cinturão e Rota.
A 24ª Reunião de Líderes das Economias da APEC será iniciada na capital peruana Lima no sábado, com o tema “Crescimento de Qualidade e Desenvolvimento Humano.”
Na reunião, as economias da APEC buscarão tomar decisões para facilitar o comércio e o investimento e também consolidar políticas de liberalização.
ESTUDO ESTRATÉGICO FTAAP DEVE SER APROVADO
A ideia de uma Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP) foi primeiramente discutida durante a Reunião dos Líderes das Economias da APEC 2006 em Hanói, no Vietnã.
Durante a reunião da APEC 2014 em Beijing, as economias da APEC enfatizaram o processo da FTAAP ao definir um roteiro para ela.
Agora o consenso de Beijing está se tornando realidade. Um estudo de estratégias coletivas sobre questões relacionadas a realização da FTAAP foi completado e a versão final do estudo junto com recomendações será apresentada aos líderes na reunião de Lima.
Juan Carlos Capunay, embaixador do Peru na China, disse que a região Ásia-Pacífico se tornou dividida nas negociações atuais de comércio, deixando o objetivo de comércio e liberalização de investimentos na região além das esperanças.
APEC deve construir uma área de livre comércio que envolva todos os seus membros e um desenvolvimento econômico coordenado na Ásia-Pacífico, ele notou.
Julio Chan Sanchez, coordenador geral do Peru para assuntos da APEC, disse que a China tem um papel importante em facilitar a FTAAP na reunião de Lima.
Na reunião da APEC em 2014 em Beijing, ele disse, a China teve um papel essencial em incentivar o objetivo de criar uma zona de livre comércio na Ásia-Pacífico.
“A economia da China é progressivamente maior, mais importante e mais relevante para o resto do mundo, em relação a comércio internacional e sistema econômico global,” ele disse. “A China terá um importante papel, e continuará a ter um crescente importante papel.”
Concordando com Chan Sanchez, Raul Salazar, diretor para assuntos da APEC no Ministério do Exterior do Peru, disse que esta reunião da APEC poderá aprovar o estudo estratégico da FTAAP.
“Nós temos a obrigação de continuar com nosso tópico central, que é a aprovação de um estudo de estratégias coletivas, que foi pedido pelo roteiro estabelecido em Beijing em 2014. Esperamos que este ano os líderes aprovem o estudo como um paço a frente em direção ao início das negociações pela FTAAP,” ele disse.
Salazar também elogiou a contribuição da China em incentivar a ideia de uma área de livre comércio na Ásia-Pacífico.
“Este passo dado em Beijing ... forçou todos os membros a enfrentarem a realidade de que isso é necessário por várias razões. O Peru defende a posição que nós precisamos de uma área de livre comércio na região Ásia-Pacífico. Isto permitiria o trabalho da APEC ser aprofundado, vendo acordos de livre comércio proliferarem,” ele disse.
CRESCIMENTO DE QUALIDADE, DESENVOLVIMENTO HUMANO
No contexto do crescimento na Ásia-Pacífico e no mundo como um todo, a reunião de Lima definiu seu tema como crescimento de qualidade e desenvolvimento humano.
Analistas vem a integração econômica regional como o centro da agenda da reunião, dizendo que o tema mostra uma ideia de desenvolvimento inclusivo.
A reunião será uma boa chance para discutir desenvolvimento sustentável, disse a segunda vice-presidente do Peru, Mercedes Araoz.
“A agenda, portanto, cobre todos os tópicos abrangendo segurança alimentar, capital humano e uma melhor integração,” ela adicionou.
Ignacio Martinez Cortes, professor de relações internacionais na Universidade Nacional Autônoma do México, disse que a reunião será crucial para acelerar a economia mundial através de acordos políticos, e que a china detém um papel proeminente.
Reduzindo medidas não-tarifárias e rejeitando o protecionismo irá definir o curso das finanças e comércio para as economias membro da APEC, ele disse.
Outra importante questão será as pequenas e médias empresas.
“Eu acredito que elas podem fortalecer seu papel como novos motores da economia, se as condições favoráveis forem criadas para elas,” disse Cortes.
A região da APEC, casa de aproximadamente 2,8 bilhões de pessoas, representou 57% do PIB mundial e 49% do comércio mundial em 2014. A qualidade do crescimento da economia regional irá sem dúvida injetar uma nova força na economia global.
PROMOVENDO A CONECTIVIDADE ATRAVÉS DO PACÍFICO
Durante a reunião dos ministros de finanças da APEC em Lima no mês passado, o Ministro de Finanças da China Dai Bohua apontou que apesar do crescimento devagar, a Ásia-Pacífico ainda é uma das regiões mais dinâmicas e tem um grande potencial de desenvolvimento.
Além disso, ele disse, as economias membro da APEC devem usar seu potencial de crescimento através de reformas estruturais para promover o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável.
Ao mesmo tempo, eles devem acelerar a conectividade e criar um ambiente seguro para investimento, e superar gargalos como limitação na infraestrutura e outros problemas relacionados ao desenvolvimento econômico, ele notou.
Capunay disse que dentro do âmbito da APEC, a China e os países da América Latina podem continuar a discutir e cooperar em áreas como facilitação do comércio e o estabelecimento da FTAAP.
Ele também expressou a esperança de que com a ajuda da Iniciativa do Cintuão e Rota, o Peru irá fortalecer a cooperação comercial e econômica com a China e com os países asiáticos.
A iniciativa, que compreende o Cinturão Econômico da Estrada da Seda e a Estrada da Seda Marítima do Século 21, busca construir uma rede de infraestrutura comercial conectando a Ásia com a Europa e a África através das antigas rotas da Estrada da Seda.
A Iniciativa do Cintuão e Rota, que definiu um caminho para o desenvolvimento aberto e inclusivo, não apenas buscará promover a conectividade, mas também tem um papel importante na aceleração do investimento, comércio e cooperação industrial entre os países e regiões.
Salazar disse que a China fez grandes esforços para construir um “relacionamento muito mais forte consistente e melhor estruturado” com a América Latina. “Acredito que o estímulo que o governo chinês está dando está ajudando, como a Ferrovia Transoceânica,” ele disse.
A ferrovia costa-a-costa, um dos principais projetos de cooperação ente a China e a América Latina, busca criar um corredor conectando o Pacífico e o Atlântico.
“O planejamento está sendo feito corretamente,” disse Salazar, adicionando que a integração física iria alcançar outras políticas de integração dentro da região Ásia-Pacífico.