Destaque: Comerciantes chineses no Brasil contribuem para fortes laços entre o Brasil e a China

2016-11-16 16:07:05丨portuguese.xinhuanet.com

Pequim, 15 nov (Xinhua) -- Zheng Lingqin, hoje com os cabelos grisalhos, ainda se lembra de 50 anos atrás, quando pôs os pés pela primeira vez na cidade brasileira de Salvador, onde os moradores locais ficaram tão curiosos quando viram a chinesa que a seguiram e tentaram tocar seus cabelos negros e lisos.

Salvador, capital do Estado da Bahia, e também a mais antiga cidade do Brasil. Testemunhou o início do comércio entre a China e o Brasil, iniciado no século XVI. Produtos como seda e afins, enviados da China, podem ser encontrados no museu local e já foram os favoritos da elite brasileira.

Vinda de Shanghai, Zheng e seu marido, Lou Binglin, começaram seus negócios no final da década de 1960 como vendedores de toalhas bordadas, o que lhes rendeu sua primeira pequena riqueza. O casal abriu sua loja um ano depois.

"Se você vendesse dez toalhas, então, você poderia pagar um carro com essa renda," disse Zheng à Xinhua.

O rápido desenvolvimento da economia brasileira deu origem a uma grande classe média que se tornou a principal cliente de suas toalhas de mesa. De 1968 a 1974, a taxa de crescimento interna anual foi de mais de 11 %, o que tornou o Brasil o país mais rico da América Latina e o classificou entre os 10 maiores países industriais do mundo.

Voltando à sua cidade natal para uma visita à China, após o país lançar sua reforma e abertura política, o casal descobriu que a comida, roupas e eletrodomésticos brasileiros eram bem recebidos por seus parentes em Shanghai.

Atualmente, mais de 1.000 chineses vivem em Salvador.

As lojas chinesas se encontram na famosa rua comercial de Salvador, chamada de "Sete de Setembro." Vendem eletrodomésticos, malas, bolsas e acessórios, e duas lojas de Zheng Shoujing estão entre elas.

As pessoas locais preferem telefones celulares de Zheng e outros bens eletrônicos por causa de sua "boa qualidade."

"Se a qualidade não é boa, eu definitivamente não vou comprá-los, não importa o quão barato eles foram oferecidos," Zheng explicou seu princípio de compra de boas mercadorias de negociantes da China.

A funcionária de Zheng, Erika, 19 anos, também comprou brincos e relógios da loja. Suas razões são simplesmente "preços razoáveis, boa qualidade e alta tecnologia."

Cinco anos atrás, Erika aprendeu assistindo a televisão que os chineses são "inteligentes e bons em fazer negócios." Ela agora entende melhor os chineses trabalhando para eles: sendo educados, respeitosos com os funcionários, pagando os trabalhadores em dia. Erika espera que ela possa ganhar dinheiro suficiente para visitar a China no futuro.

Outro comerciante chinês, Wu Kening, de 61 anos, chegou em Salvador em 1988. Formado em eletrônica, Wu abriu uma loja de reparo de aparelhos elétricos para iniciar seu negócio. Ele ganhou US $ 2.000 no primeiro mês.

Toda vez que Wu volta para a China ele encontra uma ligação de negócios entre a China e o Brasil. Ele agora opera uma clínica odontológica, que oferece dentes de porcelana de última geração para vários hospitais em Salvador.

No entanto, o que mais impressionou os moradores de Salvador não foram apenas as pequenas mercadorias feitas na China. Alguns equipamentos de içamento no porto de Salvador vieram principalmente da ZPMC Electric da China. Dados locais mostraram que 60.000 unidades, equivalente a 20 pés (TEU), entraram e saíram do porto em 2015.

Embora o Brasil ainda esteja passando por uma lenta recuperação econômica, seu volume comercial com a China atingiu 66.327 bilhões de dólares em 2015. Também mostra que a China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil. Ao mesmo tempo o Brasil é também o maior parceiro comercial da China entre os países do BRICS.

Como uma ponte que liga a China ao Brasil há mais de quinhentos anos, Salvador tem testemunhado um novo capítulo na cooperação bilateral, graças a muitos chineses que trabalham duro.

Agora, sempre que alguns chineses estão andando pelas ruas de Salvador, os moradores não os seguem e não tocam mais nos cabelos. Em vez disso, eles vão cumprimentá-los com as palavras chinesas "ni hao!"

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