Análise: Proposta da China aponta a direção para fortalecer a cooperação do BRICS
Beijing, 18 out (Xinhua) -- Uma proposta de cinco pontos apresentada pelo presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula anual do grupo BRICS (composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no estado de Goa, oeste da Índia, que concluiu no domingo, ajudará a consolidar a confiança e a traçar a direção da cooperação futura, disseram analistas.
A proposta inclui programas de cooperação como a construção de um mundo aberto, traçar uma visão de desenvolvimento compartilhado, enfrentar os desafios globais mais prementes, salvaguardar a equidade e a justiça na comunidade internacional e aprofundar as cooperações dentro do bloco de economias emergentes.
"Está claro que a proposta da China injetará confiança e ímpeto novos ao grupo do BRICS", disse Zhu Jiejin, vice-diretor do Centro de Estudos de BRICS da Universidade Fudan em Shanghai.
UM FAROL PARA A PRÓXIMA DÉCADA
A China sediará a nona cúpula do BRICS na cidade de Xiamen, sudeste do país, em setembro de 2017.
A China espera trabalhar com todas as partes envolvidas para implementar o consenso alcançado nas cúpulas anteriores, aprofundar suas cooperações e escrever um novo capítulo para a cooperação dentro do escopo do BRICS, declarou Xi.
"A cúpula em Xiamen é considerada por muitos um marco para a cooperação no âmbito do BRICS porque seus membros se esforçam por um crescimento global forte, sustentável, equilibrado e inclusivo", comentou Zhu.
O Fundo Monetário Internacional disse este mês por meio da "Perspectiva Econômica Mundial" que nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, o crescimento de 2016 se acelerará pela primeira vez em seis anos.
Como as nações do BRICS são líderes entre as economias emergentes e entre os países em desenvolvimento e também membros importantes do G20, seus esforços conjuntos ajudarão a defender seus interesses no sistema de governança global, amplificarão sua voz nos assuntos globais e reestruturarão a ordem econômica mundial, disse o professor Wang Lei da Escola de Governança da Universidade Nomal de Beijing.
PROPOSTA DA CHINA
"A proposta de cinco pontos, com ênfase em 'trabalhar conjuntamente' e o 'desenvolvimento comum' reafirma a postura da China de cooperação pragmática com os outros países do BRICS", disse Zhu. A proposta também traçou a direção da cooperação para as economias emergentes na próxima década.
Como um país em desenvolvimento, a cooperação da China com os outros países do BRICS tem sido uma prioridade da agenda diplomática do país, e nos últimos anos, o presidente Xi deu grande importância ao mecanismo de cooperação.
As nações do BRICS mantiveram um impulso de crescimento econômico no âmbito do mecanismo de cooperação do BRICS. A China prevê um crescimento econômico de 6,7%, mas espera-se que o da Índia supere os 7% em 2016.
Como este ano se comemora o 10º aniversário do mecanismo de cooperação do BRICS, Xi fez uma retrospectiva do desenvolvimento do bloco na década passada e disse que a plataforma de cooperação do grupo atualmente é um mecanismo internacional muito influente que impulsionou ativamente a reforma da governança econômica mundial.
Desde a primeira reunião de chanceleres do Brasil, Rússia, Índia e China no marco da Assembleia Geral da ONU em 2006, o BRICS tem oferecido uma nova rota para aqueles que buscam o crescimento econômico global.
Em 2009, os líderes da China, Rússia, Índia e Brasil fizeram sua primeira reunião oficial sob o mecanismo em Ekaterimburgo, na Rússia. Em 2010, a África do Sul se juntou ao grupo e seu acrônimo foi alterado para BRICS.
Na quinta cúpula do BRICS na cidade portuária sul-africana de Durban em 27 de março de 2013, Xi disse que a uma forte cooperação com os outros países do BRICS é uma prioridade da agenda diplomática da China. "Não importa como a arquitetura internacional se desenvolva, devemos nos manter comprometidos com os princípios de equidade, democracia e inclusão", disse.
Em 15 de julho de 2014, na sexta cúpula do BRICS realizada em Fortaleza, no Brasil, Xi declarou que os membros deviam manter o espírito de abertura, inclusão, cooperação ganha-ganha e desenvolver uma cooperação mais estreita, abrangente e sólida.
