Entrevista: Cúpula em Goa busca consolidar a influência global do BRICS, segundo economista russo
Moscou, 14 out (Xinhua) -- O BRICS está começando a agir como uma organização global influente, capaz de prover opções alternativas para o desenvolvimento e a cooperação, e a próxima cúpula em Goa deverá ajudar a consolidar este status, disse um economista russo.
A oitava cúpula do BRICS, que engloba as principais economias emergentes no mundo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), acontecerá neste final de semana em Goa, na Índia.
Enquanto o bloco ganha influência global, a cúpula busca dar respostas para os desafios atuais do mundo e busca se transformar de um grupo que é visto como um “clube” para ser visto como uma influente organização internacional, disse à Xinhua em recente entrevista Vyacheslav Kholodkov, chefe do Departamento de Organizações Econômicas Internacionais do Instituo da Rússia para Estudos Estratégicos.
“Temos que admitir que esta cúpula será realizada durante uma situação complicada,” ele disse.
Quase todos os membros do grupo estão enfrentando certas dificuldades, que a mídia do ocidente está usando para especular sobre seu iminente colapso, adicionou Kholodkov, citando a mudança na liderança do Brasil em meio à uma crise econômica que o país enfrenta.
“Sob estas difíceis circunstâncias, a cúpula na Índia deve encontrar caminhos para superar estas tendências negativas, e o BRICS deve agir como uma organização defendendo interesses vitais dos países em desenvolvimento,” ele disse.
O especialista também destacou sua confiança no grupo, dizendo que o BRICS está experimentando um período de institucionalização, e está formando mecanismos de cooperação plena, incluindo o Novo Banco de Desenvolvimento, e a criação de um fundo conjunto de reserva cambial.
Os chefes dos estados do BRICS publicaram uma declaração durante a Cúpula do G20 em Hangzhou no mês passado, mostrando que foram capazes de agir juntos nas difíceis condições atuais.
Eles pediram o estabelecimento de uma ordem internacional justa, e ressaltaram que o sistema de cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI) não reflete o atual peso dos membros do FMI na economia mundial, disse Kholodkov.
O acadêmico espera que os líderes dos países que compõem o BRICS na cúpula de Goa irão expandir as áreas de cooperação acordadas em Hangzhou.
“Eu espero que a cúpula irá se tornar um importante passo para o BRICS no processo de ganhar influência global e representar um papel alternativo na política mundial ao expressar os interesses dos países em desenvolvimento,” ele adicionou.