Destaque : Expectativas para a Cúpula do G20 de Hangzhou para revitalizar o comércio mundial
Beijing, 30 agosto (Xinhua) -- O próximo encontro do grupo dos 20 (G20) na Cúpula na China servirá como uma plataforma vital para inverter a tendência de protecionismo comercial e dar um novo impulso ao crescimento do comércio global, afirmaram observadores.
Sob a Presidência da China, os ministros do comércio do G20 reuniram-se regularmente. Em um primeiro passo importante, os membros do G20 também deram um empurrão na regulamentação do investimento global.
URGÊNCIA
A Cúpula do G20, marcada para 4 e 5 de setembro, no leste da cidade chinesa de Hangzhou, vem num momento em que o crescimento do comércio mundial é menor do que o produto interno bruto (PIB) global, que é "fato raro", disse Zhang Yuyan, diretor do Instituto de Economia.
Especialistas da Academia Chinesa de Ciências Sociais debatem-se para explicar a desaceleração do crescimento do comércio global. Alguns citaram a ascensão do protecionismo em um momento de desafios econômicos, enquanto outros se referem a um abrandamento na expansão da cadeia de valor global como o ponto mais alto do processo de globalização nos últimos anos.
O protecionismo, como muitas vezes se faz em situação de fraco crescimento econômico, está em ascensão. A Organização Mundial do Comércio (OMC), em junho deste ano, exortou as economias do G20 a desmantelarem as medidas anti-comércio, 1.583 das quais foram erigidas num alto ritmo permanente, enquanto apenas 387 foram removidos desde 2008.
Deborah Olmos, diretora executiva do centro de comércio asiático, em Singapura, advertiu que é tempo do G20 "avançar com uma agenda pró-ativa" sobre o comércio. Caso contrário, as economias em desenvolvimento iriam sofrer mais do que as desenvolvidas.
ATUALIDADE
O diretor-geral adjunto da OMC, Yi Xiaozhun, disse que a China, como anfitrião da Cúpula do G20, colocou o comércio internacional e investimento no topo da agenda.
"Isto é particularmente importante já que os países do G20 representam cerca de 80% do comércio mundial", disse Yi.
Oito anos após a crise financeira mundial, a economia global e o comércio não mostrou sinais claros de um avivamento, e o espaço de manobra para os países implementarem novas políticas fiscais e monetárias está encolhendo. No entanto, nas áreas de comércio e investimento, disse Yi, ainda ha espaço para cooperação e desenvolvimento.
Robert Kahn, pesquisador sênior de economia internacional no Conselho de Relações Exteriores em Washington D.C., disse que "nesse ambiente muito difícil, quando as pessoas não sentem como o comércio está ajudando eles", a China poderia desempenhar um papel de liderança importante como presidente da Cúpula do G20 para ajudar a encontrar boas maneiras de resolver essas discordâncias sobre o comércio.
EFICÁCIA
Desde que assumiu a Presidência rotativa do G20 no final do ano passado, a China tem feito "quantidade de trabalho considerável", disse Zhang, citando o início do comércio do G20 e o grupo de trabalho de investimento e a institucionalização da reunião dos ministros do comércio do G20. Estes esforços são um bom começo para a próxima Cúpula.
Na reunião de Ministros do comércio do G20 realizada no centro financeiro da China, Shanghai, no início de julho, os membros do G20 endossaram a estratégia para o crescimento do comércio global, comprometendo-se a liderar pelo exemplo, para diminuir os custos do comércio, aproveitar a coerência das políticas de comércio e investimento, impulsionar o comércio de serviços e aumentar o financiamento do comércio.
Os ministros disseram numa declaração conjunta que o "comércio e investimento devem continuar a ser importantes motores do crescimento econômico global e desenvolvimento, geração de emprego, incentivando a inovação e contribuir para o bem-estar e o crescimento inclusivo".
A estratégia, uma vez adoptada, em grande parte irá impulsionar investimentos e comércio global, disse Yi.
Os membros do G20 prometeram produzir um acordo sobre facilitação do comércio no final de 2016. O acordo é estimado para aumentar o volume do comércio global em 1 trilhão de dólares anuais e criar 21 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo, incluindo 8 milhões nos países em desenvolvimento.
Especialistas estão confiantes de que a Cúpula do G20 de Hangzhou fornecerá uma cura desejável para a economia global ainda anêmica. Yi disse que se os líderes do G20 estão empenhados em discussões para impulsionar a cooperação de comércio e investimento em conformidade com as diretrizes estabelecidas nas reuniões do G20, que seus esforços vão pagar a longo prazo.
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