Cúpula do G20 na China, uma oportunidade para reviver e remodelar a economia mundial: especialistas

2016-08-30 18:31:54丨portuguese.xinhuanet.com

Cairo, 29 agos (Xinhua) -- A próxima Cúpula do G20 a ser realizada na China, com a participação de alguns países em desenvolvimento representa uma oportunidade real para reviver e remodelar a economia mundial que tem vindo a enfrentar declínio nos últimos anos, defendem peritos econômicos e políticos egípcios.

A China escolheu “Rumo a uma Economia Mundial Inovador, Envigorada, Interligada e Inclusiva", como o tema para a cúpula deste ano que será realizada na cidade chinesa de Hangzhou nos dias 4 e 5 de setembro.

No final de 2008, a representação do G20 mudou do nível de Ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais para chefes de estado devido a sua consciência do peso da crise econômica.

Este ano, a China tem dois países em desenvolvimento como convidados de honra da Cúpula do G20, nomeadamente o Egito e o Cazaquistão, além da participação do Chade como atual chefe da União Africana (UA), do Senegal como líder da Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Africano e Laos como chefe da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

"A China coloca esta cúpula de volta aos trilhos e restaura seus objetivos originais como uma cúpula económica onde a cooperação económica e o intercâmbio entre os Estados-Membros são separados de seu nível de relações políticas," disse Diaa Helmi, líder da câmara de comércio egípcio-chinês, numa entrevista à Xinhua.

O especialista sublinhou que a China procura a abertura para o mundo, incluindo África, o mundo árabe, a região do Médio Oriente e outros Estados, acrescentando que ambos estados da Africa ocidental e oriental atualmente estão indo para o leste em direção à China, "o que reflete o sucesso da experiência económica chinesa como um modelo a seguir".

"A China redesenha o mapa econômico do mundo em um momento muito crítico, numa altura em mundo está a sofrer economicamente as consequências do terrorismo, guerras e conflitos civis", acrescentou Helmi, argumentando que a cúpula deste ano pretende libertar o mundo do " políticas económicas velhos e estagnadas " incluindo a dominação e favoritismo político.

Por sua parte, Mahmoud Allam, ex-embaixador do Egito na China, notou que a Cúpula do G20 vem oito anos depois da crise financeira em 2008 em meio a recessão económica mundial e diminuição do tráfego de comércio de mundo, "que afeta as taxas de crescimento particularmente das nações em desenvolvimento."

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de crescimento econômico mundial declinou 2,4 por cento em 2015, em comparação a 4,8 por cento em 2011.

"O mundo precisa hoje perceber a necessidade de cooperação económica mútua em todo o mundo e economia mundial deve ser inclusiva, não um clube exclusivo e privado, reunindo apenas economias fortes", disse o ex-diplomata à Xinhua.

Allam enfatizou que os mercados das economias mais baixas precisam expandir para que as grandes economias encontrem oportunidades para promover e exportar seus produtos, esperando que a ideia seja um dos objetivos a serem destacados pela China durante a cúpula.

"Como o atual presidente do G20, a segunda maior economia do mundo e grande país em desenvolvimento, a China é capaz de desempenhar um papel de mediação entre os países em desenvolvimento e avançados para chegar a uma fórmula mais justa nas relações económicas do mundo", sublinhou Allam.

Durante sua primeira visita de estado ao Egito, o Presidente chinês, Xi Jinping fez um discurso na sede da Liga Árabe, no Cairo, onde salientou "desenvolvimento" como a chave para resolver a maioria dos problemas do Oriente Médio, especialmente o crescente terrorismo e desordem.

"O crescimento das actividades terroristas do Grupo Estado islâmico (EI) não poder ser detido exceto através do desenvolvimento e criação de oportunidades de emprego, uma vez que o desemprego e a pobreza são dois fatores fundamentais para o crescimento do terrorismo na região," disse Ahmed Qandil, especialista em assuntos asiáticos e chefe do programa de estudos de energia no Centro Al-Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos.

O especialista disse que o desenvolvimento pode atuar como "uma parede forte" contra o crescimento do terrorismo em geral, esperando que a Cúpula do G20 possa apelar ao apoio da comunidade internacional e grandes economias para o desenvolvimento da região do Médio Oriente.

Segundo muitos economistas, os países em desenvolvimento sofreram durante os últimos anos da falta de equilíbrio, transparência e eficiência das grandes instituições do mundo tais como o FMI e o Banco Mundial devido às condições políticas que puseram para oferecer apoio para o desenvolvimento.

"Na presidência do G20 da China esperamos que desempenhe um papel no aumento da participação dos países em desenvolvimento na cúpula, que é conhecida como o Conselho de economia do mundo, para melhorar a transparência e a atuação efetiva de tais sistemas financeiro e econômico do mundo", disse Qandil.

As oportunidades dos países em desenvolvimento consideram-se maiores no G20, desde que eles consigam transmitir a mensagem de que o desenvolvimento do hemisfério sul eventualmente conduzirá para o aumento da taxa de crescimento econômico do mundo e, consequentemente, o aumento das taxas de consumo, que irá reiniciar o ciclo de comércio e desenvolvimento.

Quanto às oportunidades do Egito na cúpula do G20, que se junta pela primeira vez, especialistas acreditam que é uma oportunidade rara para o Médio Oriente.

"O Egito tem projetos de desenvolvimento, particularmente no corredor do Canal de Suez, e acredito que estes projetos integram-se à Iniciativa Cinturão e Rota proposta pela China," Qandil disse.

Lançada pelo presidente Xi em 2013, a ideia principal da iniciativa é reviver antigas rotas de comércio para vincular a China com mais de 60 países na Ásia, África e Europa através do Cinturão Econômica da Rota da Seda Marítima do século 21.

"Também como membro fundador do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura, Egito aguarda com expectativa de conseguir financiamento para sua energia, transporte e outros projetos para realizar o desenvolvimento do país," Qandil disse à Xinhua, salientando a necessidade do desenvolvimento do Egito a restaurar a estabilidade na região do Médio Oriente afetada por conflitos.

 

010020071380000000000000011100001356456261