Destaque: questões africanas devem ser prioridade na agenda da Cúpula do G20

2016-08-30 10:15:02丨portuguese.xinhuanet.com

por Stanley Karombo

Joanesburgo, 27 ago (Xinhua) -- Com a Cúpula do G20 a poucos dias do seu arranque, alguns funcionários e especialistas em África esperam que as questões africanas também estejam no topo da agenda, juntamente com muitos outros tópicos.

A Cúpula agendada para 4 e 5 de setembro na cidade de Hangzhou, no leste da China, desempenha um papel significativo na promoção e reforço do comércio e investimento africanos,disse a Xinhua a ministra sul-africana das relações internacionais e cooperação, Maite Nkoana-Mashabane, durante uma entrevista, por telefone, na quinta-feira.

Como unico pais africano membro do G20, a África do Sul desempenha um papel fundamental na prossecução dos interesses do continente africano,disse.

"Vamos continuar a lutar por uma economia mundial que inclua as aspirações e os interesses dos países em desenvolvimento",disse.

Tapiwa Gomo, um pesquisador dedicado ao desenvolvimento africano, disse que os países desenvolvidos devem aprender com a experiência da China, em materia de cooperação com a África.

"Agora é imperativo os países desenvolvidos reconhecerem que, como o mundo é uma aldeia global, os países precisam uns dos outros, incluindo o desenvolvimento", ele.

"A nova ordem econômica coloca todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento a par e como parceiros iguais", acrescentou.

Ele acredita que a Cúpula do G20 também dará a outros membros a oportunidade de olhar para os países africanos, onde a China está investindo bastante, tais como a Etiópia, a República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Moçambique e Tanzânia.

Rangarirai Machemedze, um gestor sul-africano do desenvolvimento comunitário no Conselho de Organizações Não-governamentais, cita Gomo, dizendo que o tom definido pela China para a Cúpula do G20 e uma indicação de que a China está interessada em ajudar os países emergentes.

"É minha opinião que a agenda de industrialização adotada pela África ano passado pode apenas se concretizar com o apoio da China e outros países em desenvolvimento", disse.

Outros especialistas esperam que a Cúpula do G20 também venha a destacar o papel da China em ajudar na recuperação da economia mundial.

"O crescimento lento afetou as vendas no mercado de estoque e empurrou para baixo os preços do petróleo, portanto os membros também vão discutir essa questão", disse Blessing Ivan Vava, especialista em China na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.

Vava disse que mais países emergentes conhecerão um abrandamento económico, com a economia russa a caminhar em direção a uma contração este ano, devido a queda nos preços do petróleo e das sanções impostas pelo Ocidente, e algumas questões relacionadas são esperadas serem discutidas na Cúpula.

A questão das alterações climáticas estará também no topo da agenda do G20, disse ele.

A China tem dito que vai apelar para uma reforma do direito de voto no Fundo Monetário Internacional. A China visualiza um maior papel de lideranca da organização monetária global, que tem mandato para impulsionar o crescimento econômico global e o comércio internacional.

Os países do G20 representam 85 e 75 por cento da economia mundial e 75 do comércio mundial, respectivamente,e acomodam dois terços da população mundial.

 

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