Dilma Rousseff, a líder brasileira que sofre processo de cassação

2016-08-30 10:11:16丨portuguese.xinhuanet.com

Brasília, 28 ago (Xinhua) -- A líder brasileira Dilma Rousseff, duas vezes eleita Presidente como candidata de uma aliança esquerdista, liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), passará por um dos momentos mais críticos da sua carreira política na próxima semana.

A partir da terça-feira, o Senado vai votar no seu impeachment se ela for "criminalmente responsável" pelo delito fiscal durante sua administração, uma acusação que ela nega.

A líder esquerdista, uma ativista que resistiu a prisão e tortura nas mãos do antigo regime militar do Brasil, denunciou as acusações e julgamento como uma tentativa dos adversários políticos de direita de tomar o poder.

"Eu lutei contra a tortura, eu lutei contra o câncer e vou lutar esta luta até o fim," disse Dilma, que comparou o julgamento a uma tentativa de golpe, no início desta semana.

Dilma Rousseff está programada para falar em própria defesa, na segunda-feira, quando ela vai enfrentar a cara dos seus acusadores pela primeira vez.

Enquanto Dilma é acusada de violar a lei de Responsabilidade Fiscal do Brasil, observadores políticos acreditam que seu principal "crime" estava a sua incapacidade de dirigir o país por meio de uma recessão económica profunda.

Seus apoiantes apontam que Dilma nunca foi suspeita de corrupção, enquanto muitos dos parlamentares que se preparam para acusar a ela enfrentam graves acusações de suborno ou corrupção.

Na semana passada, Dilma propôs um referendo nacional para acelerar as eleições presidenciais de 2018, mas a ideia encontrou pouco apoio, mesmo entre o Partido dos Trabalhadores.

Nascida em uma família de classe média em Minas Gerais - seu pai era um imigrante búlgaro e mãe brasileira - a jovem Dilma Rousseff aderiu ao movimento de resistência armada contra a ditadura militar.

Por seu ativismo contra o governo, ela tinha sido presa, torturada e presa por três anos no início dos anos 70.

Depois de estudar economia, Dilma Rousseff serviu como Secretária de energia e mineração do estado do Rio Grande do Sul na década de 1980, ganhando uma reputação por levar a sério as suas responsabilidades.

Ela juntou-se ao Partido Trabalhista em 2001 e serviu como ministra da energia durante o primeiro mandato presidencial de seu antecessor e mentor, Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 2003, liderou reformas de energia. Em 2005, ela tornou-se sua chefe de gabinete.

Nessa qualidade, ela ajudou o investimento de construção de infra-estruturas de saúde, habitação, transportes e energia.

Seus esforços receberam apoio de Lula para ela concorrer às eleições presidenciais em 2010, nas quais ela ganhou o segundo turno com 56% dos votos e se tornou a primeira mulher presidente do Brasil.

Meses antes de sua campanha presidencial, Dilma foi diagnosticada com câncer linfático e passou por quatro meses de quimioterapia.

Como presidente, ela trabalhou para promover a produção e o consumo através da maior participação do estado na economia.

Para estimular o crescimento, ela ofereceu incentivos fiscais empresas, subsídios e créditos a taxas de juros mais baixos, embora as medidas não tenham sido tão eficazes como esperado.

Outras medidas seguiram em 2013, mas com a queda global no preço dos produtos manufaturados, juntamente com os défices público-privados, a economia enfraqueceu-se gradualmente.

Dilma Rousseff, no entanto, foi reeleita para um segundo mandato no escrutínio de 2014, mas por uma margem menor - ela ganhou 51,6% dos votos – o que encorajou a oposição.

Vozes críticas da direita e os principais desafios econômicos marcaram o início de seu segundo mandato em Janeiro de 2015, levando-a cortar gastos públicos na tentativa de travar a recessão.

Revelações de corrupção entre os altos executivos de estado da gigante de petróleo Petrobras e líderes da coalizão governista desencadearam um crescente descontentamento, provocando manifestações em massa contra o governo.

Aquelas foram seguidas pela pior contração econômica na história do Brasil: uma queda de 3,8% no produto interno bruto (PIB) em 2015. O ano de 2016 é esperado que seja mau quanto o anterior.

Por toda parte, Dilma Rousseff tem defendido programas sociais para ajudar as famílias da classe trabalhadora pobres, bem como esquemas inovadores para melhorar a educação e cuidados de saúde, preservando a lealdade de uma grande parte da base do seu poder.

 

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