Entrevista: G20 deveria enfatizar a inovação e maior integração, diz presidente argentino
por Juan Manuel Nievas, Shan
Buenos Aires, 26 ago (Xinhua) -- A próxima Cúpula do G20, grupo das principais economias do mundo, deveria dar enfase a inovação e maior integração como um meio de alcançar o desenvolvimento econômico sustentável, segundo o presidente Mauricio Macri da Argentina.
Na liderança até à Cúpula de 4 e 5 de setembro em Hangzhou, China, o chefe de estado argentino falou com a Xinhua sobre o que está na ordem do dia da reunião, que se realiza sob o lema "Construir uma economia global inovadora, reforçada, interligada e inclusiva".
Como país anfitrião, espera-se que a China apresente de forma esquematizada, a sua proposta para estimular o crescimento através da inovação, e outras medidas para iniciar o salto na economia mundial, como as reformas estruturais, melhor governança econômica e financeira globais, uma cooperação mais eficaz nos dominios das finanças, tributação, energia e a luta contra a corrupção, bem como a revitalização do comércio e do investimento.
Falando na residência presidencial de Olivos, cerca de 20 km ao norte da capital, Buenos Aires, Macri disse que espera que os líderes na Cúpula "possam contribuir para os compromissos centrais que o mundo está a assumir, que vão desde o combate às alterações climáticas, crime organizado e, especialmente, o terrorismo e tráfico de drogas, para construir um mundo mais inclusivo com melhores oportunidades de emprego e desenvolvimento. Na Argentina, estou empenhado em combater a pobreza durante a minha Presidência".
Este encontro anual pode resolver essas preocupações e construir consensos quanto à estratégia, disse.
"O papel do G20 é tentar servir como um fórum onde pontos de vista e soluções alternativas podem ser partilhados, mas a dinâmica da economia mundial transcende o que está acontecendo na reunião do G20. O que estamos buscando é tentar entender como nós podemos afetar a revolução tecnológica em curso, como nós podemos afetar a criação de novos postos de trabalho, dado que a inovação vem lentamente substituindo empregos tradicionais. Estamos fazendo a mesma coisa, que está gerando empregos de qualidade para os argentinos",disse Macri.
O fórum multilateral também pode fortalecer o relacionamento entre os países participantes, disse.
"É um think tank que serve, em encontros bilaterais, para promover laços, o conhecimento mútuo e confiança entre os membros, que é um fator tão importante", disse Macri.
Como parte do impulsionamento da estratégia do G20 para a inovação, disse Macri,os países membros precisam promover a educação "e a formação da nossa juventude".
"O compromisso de proporcionar sustentabilidade global, o que gera oportunidades significativas de investimento e desenvolvimento de tecnologias verdes", pode ajudar a conduzir esse esforço, acrescentou.
As discussões no G20 centralizam-se em quatro temas principais: inovando o actual modelo de crescimento econômico, melhorando a governança financeira, estimulando o investimento e o comércio internacional e o desenvolvimento inclusivo.
As mais importantes "preocupações" da Argentina, a entrada da Cúpula, disse Macri, "são a redução da pobreza, derrota do tráfico de drogas e proteger o meio ambiente. Nós vamos a Cúpula com esta linha de pensamento, de propor que, para todos esses (desafios), a melhor coisa é promover e reforçar a integração a nível regional e a nível global”.
"Claramente, que é o caminho certo, para encontrar a complementaridade entre os nossos países, trabalhar juntos, como uma rede contra o tráfico de drogas e o terrorismo. Ampliando a acção comum em todas as áreas é para o nosso benefício", disse Macri.
"Com base em nossos objetivos de longo prazo, temos de tentar encontrar maneiras de obter resultados a curto prazo", acrescentou.
Argentina será a anfitriã da Cúpula do G20 em 2018, na sequência do encontro de Hamburgo, Alemanha,do próximo ano, levando Macri a dizer que ele estava "muito honrado de pertencer a troika" formada também pela China e Alemanha.
O acolhimento da Cúpula "é um enorme desafio para nós. Humildemente, esperamos ser capazes de dar um contributo para a agenda de problemas com soluções concretas",disse Macri.
"O nosso mundo precisa reduzir a pobreza, melhorar os níveis de ensino, melhorar a imigração e encontrar uma solução para os fluxos migratórios, geradas por muitos conflitos e continuar a lutar contra o terrorismo em busca de um mundo em paz. Estas são todas as coisas para as quais queremos dar a nossa humilde contribuição",disse Macri.
O G20 reúne as 20 maiores economias mundiais, incluindo Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Grã-Bretanha, África do Sul, Turquia e a União Europeia.
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