Entrevista: Chefe da ONU elogia liderança chinesa da Cúpula G20

Nações Unidas, 26 agos (Xinhua) -- O Secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, enalteceu nesta sexta-feira a liderança chinesa por focar a próxima Cúpula do grupo dos 20 (G20), na promoção do crescimento verde e reforçar a presença de países em desenvolvimento.

"Aprecio a China pela liderança bem-sucedida da Cúpula do G20 deste ano, levando o G20 para uma agenda de ação que virá no total apoio à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e da Declaração de Paris sobre as mudanças climáticas", disse o Secretário-geral numa entrevista com diversos de meios de comunicação chineses com base na ONU.

"Pela primeira vez na história do G20, a liderança chinesa está alinhada a agenda de ação, os objetivos de desenvolvimento sustentável e o acordo sobre as mudanças climáticas, em sua agenda de ação do G20," disse Moon.

"Esta é a primeira vez que os líderes do G20 se reúnem para discutir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e mudanças climáticas, (e) como podemos implementá-los em paralelo", acrescentou.

Na 11ª Cúpula do G20, a ser realizada ente 4 e 5 de setembro, na cidade oriental chinesa de Hangzhou, espera-se que desenhe um plano de ação para execução da Agenda de 2030, para o desenvolvimento sustentável e se concentre mais em questões de desenvolvimento com o objetivo de injetar um novo impulso na economia mundial e promover um consenso global sobre o desenvolvimento.

O lema da Cúpula é "Rumo a uma Economia Mundial Inovador, Revigorada, Interligada e Inclusiva".

"A liderança da China conduziu a um debate para facilitar ao G20 sair de gestão da crise financeira a curto prazo para uma perspetiva a desenvolvimento a longo prazo", disse ele. "O tema da Cúpula do G20 em Hangzhou reflete o espírito da Agenda de Desenvolvimento de 2030".

Enquanto isso, o Secretário-geral disse que também queria elogiar a China pelo convite a muitos chefes de estado e governo dos países em desenvolvimento para participar nas discussões e levar a Cúpula do G20 para outro nível de abrangência.

Os convidados para a Cúpula de Hangzhou são de países em desenvolvimento como o Tchad, Presidente da União Africana; Laos, Presidente da Associação de Nações do Sudeste Asiático; Senegal, Presidente da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África; Tailândia, na presidência do G77; o Egito e Cazaquistão.

A mobilização chinesa fará a Cúpula de Hangzhou uma das mais representativas dos países em desenvolvimento na história do G20.

O Secretário-geral sublinhou que os participantes da Cúpula precisam fazer esforços sérios para enfrentar as dificuldades econômicas globais atuais.

"Espero que os líderes do G20 realmente abordem estas questões de governação global. As Nações Unidas se juntarão totalmente", disse ele, acrescentando que a China mostrou liderança e está liderando pelo exemplo.

"Eu agradeço profundamente por ver que na minha última Cúpula do G20 como Secretário-geral das Nações Unidas, trabalhamos em conjunto com um objetivo comum," disse Ban, cujo segundo mandato de cinco anos terminará a 31 de dezembro de 2016.

O chefe da ONU disse ainda que a reunião representa uma grande oportunidade para os líderes do G20 e outros a mostrarem liderança em acelerar o processo de ratificação da Convenção de Paris sobre as mudanças climáticas.

Ban disse que eles estão trabalhando duro para garantir que o acordo sobre as mudanças climáticas entrará em vigor na data prevista para início.

Atualmente, 22 países já ratificaram o acordo de Paris, disse Ban. O acordo sobre mudanças climáticas precisa de 55 nações, que juntas representam pelo menos 55% das emissões de gases com efeito na estufa global ratifiquem o acordo antes que ele possa entrar em vigor.

Expressando sua gratidão pela promessa da China em finalizar os procedimentos legais nacionais necessários para a ratificação do Pacto antes da Cúpula do G20, Ban disse "que é uma notícia encorajadora. Espero que muitos países, particularmente os dos países do G20, sigam a liderança chinesa”.