Entrevista: Cúpula do G20 deve facilitar a inovação para resolver problemas globais, diz especialista japonês

2016-08-23 11:04:34丨portuguese.xinhuanet.com

Tóquio, 22 de agosto (Xinhua) – A Cúpula do G20 a ser realizada na China, no início de setembro irá facilitar mais a inovação entre os seus membros para resolver os problemas do mundo, afirmou um pesquisador japonês.

Olhando para os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODSs) adotados no ano passado pela organização das Nações Unidas (ONU), Atsushi Sunami, vice-presidente do Instituto Nacional de pós-graduação para Estudos de Política (GRIPS) em Tóquio, disse que "a facilitação e aceleração da inovação para resolver problemas que são comuns a todo o mundo estará na agenda da Cúpula do G20 e discussão entre os líderes do G20."

"Esta poderia ser uma das áreas muito importantes para a China e o Japão a cooperar", disse numa entrevista recente Xinhua.

Em setembro de 2015, uma nova agenda global para acabar com a pobreza até 2030 e perseguir um futuro sustentável foi aprovada em unanimidade por todos 193 Estados das Nações Unidas. A ambiciosa agenda, conhecida como a "Agenda para o Desenvolvimento Sustentável, 2030" contém 17 Objectivos e 169 metas a serem cumpridas por todos os Estados-Membros, incluindo terminando a pobreza e a fome, melhorando a saúde e educação e combate às alterações climáticas, entre outros.

De acordo com Li Baodong, Sherpa chinês do G20 e vice ministro dos negócios estrangeiros, a Cúpula do G20 este ano pela primeira vez formulará um plano de ação sobre a implementação da Agenda de 2030.

A fim de alcançar os ODSs, todos e cada país precisam "pensar de uma forma mais inovadora e acelerar a inovação," disse Sunami.

Sunami acredita que a reunião do G20 irá fornecer uma plataforma para a cooperação em inovação entre Japão e China e entre os seus membros em uma escala maior.

“Sendo a segunda e terceira maiores economias do mundo, a China e o Japão podem cooperar para resolver estes problemas juntos, facilitando a inovação," disse o pesquisador japonês.

Apelou os membros do G20 a criarem um ambiente de "inovação aberta", que significa facilitar a inovação não só dentro de um único país, mas através da cooperação com outros países, a fim de resolver problemas comuns que inquietam toda a humanidade.

Em meio a um clima de estagnação económica global, turbulências financeiras e protecionismo no comércio, Sunami disse que um país enfrentaria uma batalha difícil para resolver esses problemas sozinhos.

"A China já se tornou um participante activo na arena internacional. No entanto, a China sozinha não pode resolver todos os problemas," acrescentou.

Portanto, o perito sugeriu um "diálogo conjunto China-Japão" para promover a inovação. "Acho que vai ser uma boa maneira de estabelecer este diálogo bilateral como um resultado da Cúpula do G20".

"Como resultado desta cúpula," ele disse que China e Japão são propensos a "identificar alguns objetivos comuns fora ODSs da ONU" através do "diálogo contínuo sobre cooperação e inovação" e então encontrar uma maneira de trabalhar em conjunto sobre o meio ambiente, educação, energia, água potável e mudanças climáticas.

Cada objetivo "terá a ciência e a inovação tecnológica para resolver," acrescentou.

Sunami observou que a inovação aqui não é restrita à inovação tecnológica, mas também se aplica ao uso de novas ideias e novas maneiras de resolver problemas.

O pesquisador referiu-se à inovação na comunicação e cooperação entre a China e o Japão, afirmando que o senso de competição entre os dois países é muito forte. "A concorrência está mais enfatizada que a cooperação", disse ele, acrescentando que nenhum país gostaria de perder para o outro na área de inovação.

Na sua opinião, o G20 é "um encontro único", que fornece uma plataforma não só para membros com ideias semelhantes, mas também para aqueles com opiniões diferentes para reunir e debater. "Deste ponto de vista, o G20 está se tornando uma plataforma muito importante e há grandes expectativas para a próxima cúpula na China," frisou.

A Cúpula do G20, a ser realizada na cidade chinesa de Hangzhou em 4 de setembro e 5 de setembro,  é onde chefes de estado e de governo e governadores dos bancos centrais se reúnem para trocar opiniões sobre a política macroeconômica.

 

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