Pessoas em primeiro lugar: o desenvolvimento do esporte na China como motor da reforma (1)

2016-08-04 11:29:06丨portuguese.xinhuanet.com

Na China, o Manchester United sempre foi o mais popular da Premier League, mas seu rival o Manchester City não estava necessariamente sem torcida. O Manchester City pode agora ser considerado um "time da casa" para os torcedores chineses.

Após a visita do presidente chinês, Xi Jinping, no ano passado à Grã-Bretanha, a China Media Capital e a empresa de investimentos Citic Capital compraram 13% da dona do Manchester City.

Durante a viagem, Xi, um grande fã de futebol, também visitou a Academia de Futebol do Manchester City e se encontrou com a estrela do City Sergio Aguero. Aguero fez um selfie com o líder chinês, que em fevereiro de 2015 levou ao anúncio de um plano de reforma histórica do futebol da China.

O programa, que estimula o investimento do setor privado e tem como meta de longo prazo fazer do país uma das dez maiores potências do futebol, tem sido bem recebido pelos investidores chineses e pelo público em geral.

"Esse é um plano para o futuro do esporte com o sonho chinês de rejuvenescimento da nação como pano de fundo. Então o plano não apenas vai estabelecer caminhos aqui ou ali ou se concentrar em resultados competitivos. É um projeto de longo prazo para aumentar o nível do jogo e focar no efeito positivo do esporte na economia, sociedade e cultura", disse Cai Zhenhua, presidente da Associação Chinesa de Futebol, na divulgação da reforma em março de 2015.

Políticas favoráveis levaram a uma resposta animadora por parte dos investidores chineses, cuja série de compras no futebol europeu culminou com a gigante de eletrônicos chinesas Hisense se tornando a grande parceira global da Euro 2016.

A Hisense gastou 370 milhões de yuans (£42 milhões) para sua estreia no maior evento do futebol europeu, com a soma chegando a cerca de 25% do lucro líquido dela no ano passado. Trata-se da primeira companhia chinesa a patrocinar o torneio de 56 anos.

Além do Manchester City, os outros clubes passaram a ter donos chineses: os gigantes da La Liga Atlético de Madrid e Espanyol; a Inter de Milão; o Nice da Ligue 1; e o Aston Villa, que já foi da Premier League.

Um executivo da varejista chinesa Suning, que comprou uma participação majoritária da Inter em junho, explicou a razão do investimento.

"A aquisição é parte da estratégia da Suning de desenvolver a indústria de esporte da China, que está estabelecida para ser a indústria líder no país nos próximos cinco anos", disse Zhang Jindong, presidente da Suning Holding Group.

Os investidores têm sido igualmente generosos em casa. Apesar da baixa performance da seleção masculina de futebol --perto da posição 80 do ranking mundial da FIFA e à espera de uma segunda vez na final de uma Copa do Mundo depois do feito em 2002-- estão otimistas de que há uma mina de ouro a ser descoberta no mercado chinês de futebol.

Clubes e patrocinadores gastaram 25 bilhões de yuans no mercado de transferência de inverno 2015/2016, fazendo da Superliga chinesa a que mais investiu no mundo, à frente da Premier League inlgesa.

Em 2015, a Superliga registrou 5,33 milhões de pagantes de ingressos, enquanto 440 milhões assistiram às 30 rodadas pela televisão.

"Estimamos que o mercado de futebol da China tenha um valor de 800 milhões de yuans e que todo o mercado de esporte do país valha 2 trilhões de yuans", afirmou o diretor-geral do Ti'ao Dongli, Zhao Jun. "É por isso que achamos que os 8 bilhões de yuans para o direitos de TV da Superliga chinesa sejam uma barganha."

O que está acontecendo no futebol deve dar uma grande experiência para outros esportes. O futebol foi o primeiro a ser profissionalizado na China, em 1994, e agora abre o caminho para os demais.

O presidente da Associação Chinesa de Futebol, Cai Zhenhua, cuja organização se tornou independente do governo neste ano, disse que o "plano de reforma e desenvolvimento do esporte na China visa o futebol, embora sua importância vá além disso".

"O futebol é indiscutivelmente o esporte número um no mundo. (Na China), o esporte é mais voltado para o mercado, melhor profissionalizado e mais popular. Todos esses fatores fazem dele o melhor campo de experimento para a reforma geral do esporte na China".

 

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